Ruckman e Seu Desrespeito
Pela Hermenêutica Bíblica
Como o ruckmanismo serviu de base para toda
uma geração de maus intérpretes da Bíblia?
Não é boa a vossa
jactância. Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa? – I Coríntios
5:6 (ACF)
1. Princípios de Hermenêutica
“Hermenêutica” é uma palavra derivada
do grego ερμηνευω (hermeneuo),
e na KJV 1611 é traduzida como ‘interpretado’ ou ‘interpretação’.
Em sua forma mais básica, refere-se ao ‘Estudo dos Princípios Gerais de Interpretação
da Bíblia’.
Não há regras hermenêuticas cem por
cento definidas que todos usam com idêntico padrão de interpretação, embora
muitas versões de princípios hermenêuticos sejam absolutamente semelhantes,
frequentemente enfatizando as mesmas verdades principais, estabelecendo princípios
básicos gerais.
Uma lista, de muitos outros exemplos,
de um conjunto histórico de regras gerais hermenêuticas seria a seguinte:
Exemplo de regras básicas gerais da
disciplina de Hermenêutica Bíblica
- O significado
literal ou óbvio das Escrituras é, geralmente, o significado verdadeiro.
- A linguagem
figurativa deve ser cuidadosamente distinguida de seu oposto e
interpretada de acordo com sua natureza.
- Não devem ser
tiradas deduções ou inferências de nenhum texto ou passagem até que seu
significado tenha sido determinado.
- Nenhuma
interpretação de qualquer passagem deve ser aceita que seja contrária à ‘Analogia
da Fé’.
- Nenhuma
interpretação é correta se for contrária à natureza conhecida das coisas.
- Quando
qualquer doutrina claramente ensinada em outro lugar é omitida em qualquer
passagem, essa passagem deve ser interpretada em harmonia com a doutrina
omitida que aparece neste outro lugar.
- Nenhuma
passagem deve ser interpretada separadamente do contexto
histórico-gramatical, nem de forma a contradizer este contexto.
- Nenhuma
interpretação é correta se for contrária ao propósito geral do escritor
que recebeu as palavras inspiradas por DEUS.
- De um ou mais
sentidos possíveis que um texto pode razoavelmente suportar, deve ser
preferido aquele que melhor concorda com o desígnio do escritor e com a
harmonia geral da fé.
- Nenhuma
interpretação é correta se violar a gramática ou as expressões idiomáticas
da língua em que as Escrituras foram escritas inicialmente.
- Comparações
extraídas do mundo social ou material, para fins de ilustração, não devem
ser interpretadas como se aplicando em todos os aspectos ao assunto que
pretendem explicar; nem qualquer doutrina deve ser fundamentada em tais
comparações.
- Nenhuma
interpretação é correta quando baseia qualquer doutrina em uma mera frase.
- Quando
qualquer doutrina é declarada, ou evento descrito em diferentes passagens,
a declaração mais breve deve sempre ser interpretada consistentemente com
a mais extensa.
- Nenhuma
interpretação, que viole as definições explícitas das Escrituras, deve ser
considerada como sólida.
(Dobie,
David. A Key to the Bible. Nova York: C. Scribner, 1856)
Devemos também, lembrando sempre, que
a interpretação de qualquer passagem da Escritura, aplicando-se a Hermenêutica
Bíblica, pertence ao campo da Pregação e não ao da Tradução.
2. Ruckman e sua hermenêutica particular
Embora as regras da hermenêutica não
sejam extraídas ‘palavra-por-palavra’ das Escrituras, elas são baseadas em
princípios gerais da Bíblia, bem como no senso comum, e são amplamente
defendidas pelos cristãos fundamentalistas.
O que é interessante é que o próprio
Ruckman não negou que as regras hermenêuticas deveriam ser seguidas e, em raras
ocasiões, presta homenagem às leis da hermenêutica, mas apenas quando lhe é
conveniente. Veremos, no entanto, que Ruckman estava muito longe de ser
consistente em observar as diretrizes hermenêuticas bíblicas ao tentar ensinar
doutrinas estranhas pelas quais ele é conhecido e através dos quais influenciou
seus seguidores e defensores.
a. Obsessão egocêntrica
Ruckman era obcecado com o desejo de
apresentar um sistema teológico de interpretação novo e único que pudesse ser
vinculado a ele, somente. Várias declarações suas nos levam a essa triste conclusão.
Quando ele estudava a Bíblia, ele não
hesitava em afirmar que estava “pensando fora da caixinha” (o que não é
totalmente errado em sim mesmo). Ele estava constantemente tentando inventar
algo novo, desde que houvesse pelo menos uma passagem isolada (e muitas vezes
vaga) que ele pudesse apontar para tentar justificar sua visão incomum.
Ele usava uma combinação de
conjectura, superstição, imaginação vívida, desvio de princípios hermenêuticos,
passagens isoladas fora do contexto e um impulso para ser conhecido como o “descobridor”
de uma nova “verdade”, desconhecida a mais de 2000 anos, tal qual um “tira-teima”
supremo, definitivo e irrefutável.
b. Certeza cega
Ruckman alegava entender passagens
difíceis que confundem outros intérpretes e estudiosos da Bíblia. Em seu desejo
de se destacar com novas interpretações, ele frequentemente apresentou
interpretações questionáveis, transformando mera possibilidade em probabilidade
e, por meio de truques teológicos, transmutava a probabilidade em certeza, onde
existem outras interpretações igualmente viáveis e possíveis.
Ruckman frequentemente incluía
referências bíblicas junto com suas declarações teológicas e notas pessoais. Às
vezes, ele até insistia que seus leitores lessem as referências. No entanto, as
referências seriam inúteis se não dissessem o que Ruckman insistia que elas dizem,
ou se eram tiradas do contexto. Suas referências também são inúteis se suas
interpretações violavam o ensino claro de outras passagens que lançam luz sobre
suas referências, ou se utilizam versículos obscuros em passagens isoladas onde
teólogos historicamente têm lutado para entender ou formar um consenso em sua
interpretação.
c. Exegese inexistente
Não era incomum que Ruckman não fizesse
exegese do verso na referência e demonstrasse metodicamente como chegou à sua
conclusão incomum. Às vezes, uma olhada em uma de suas referências nem sequer
dá uma pista, outras vezes há apenas uma vaga sugestão em um verso obscuro, que
é toda a sua base para uma visão importante que ele ensina dogmaticamente.
Aparentemente, os discípulos de Ruckman
devem confiar que isso significa o que ele dizia que significava, mesmo que
eles próprios não consigam ver absolutamente nada do que ele afirmava saber.
Muitas vezes, uma referência só concordará remotamente com Ruckman de uma forma
indireta se alguém permitir que sua imaginação se estenda aos extremos. E bote
extremos nisso!!!
d. Interpretações pessoais
Seus ensinamentos eram frequentemente
suas interpretações pessoais e particulares, apresentadas como se fossem
conclusões irrefutáveis que supostamente têm o apoio total das Escrituras. Ele
ocasionalmente dizia algo como “não acredite em mim, procure os versículos”.
Isso pode parecer como se seus
ensinamentos fossem baseados na Bíblia e alguns sem dúvida presumirão que ele
devia estar certo se ele listasse uma ou duas referências depois de fazer uma
declaração e até mesmo convidar outros a “checá-las”. A razão pela qual muitos
rejeitaram o Ruckmanismo depois de serem expostos a ele, no entanto, é que eles
realmente procuraram os versículos listados, independentemente de Ruckman os
ter encorajado, e perceberam os erros evidentes.
e. Literalismo próprio
A atitude desrespeitosa de Ruckman para
com a hermenêutica bíblica se apresentava claramente quando ele fazia alegações
questionáveis e duvidosa, tais como: saber o dia em que Cristo nasceu, características
físicas do Anticristo (3m de altura e negro?!?!), onde o Éden estava exatamente
localizado, a língua original falada antes de Babel, a língua que será falada
no céu, o ingrediente principal do ensopado de Esaú, só judeus morando na Jerusalém
celestial, salvação graça+obras, etc.
Como as passagens que ele fornecia não
dizem o que ele afirmava que diziam, não devemos ter quaisquer dúvidas em
afirmar abertamente que Ruckman foi um falso mestre e profeta em relação às
suas revelações e adições à Sagrada Escritura, apesar de todos os seus acertos,
o que é muito triste de fato. Também não há razão em tais casos para elaborar
um estudo detalhado sobre quais regras hermenêuticas foram violadas ou ‘como’, ‘por
que’ ou ‘em que’ extensão quando simplesmente ler os versículos que ele
forneceu não demonstra nenhuma base bíblica para suas afirmações.
Vários autores, teólogos e pastores
que tiveram que lidar anos a fio com Ruckman – e hoje com seus promotores,
seguidores e discípulos, sempre foram bastante e comumente refutados com o
argumento de que eles – insistência de seus seguidores, e ainda hoje insistem, era
a quem cabia o dever como seus ‘detratores’ e ‘acusadores injustos’ provarem
que Ruckman estava errado em qualquer área de desacordo de interpretação
pessoal ou supostamente ‘literal’.
Ruckmanitas não enxergam erros em
Ruckman!
3. Podemos questionar e enxergar
Se um cristão acredita que um intérprete
não provou seu caso de interpretação, mas que sua teoria foi apresentada como
fato de uma forma inteligente o suficiente para apenas enganar os simples, este
cristão tem o direito de apontar que o cerne da evidência não foi atingido por
se declarar um ensinamento especulativo como um fato bíblico estabelecido.
A vontade destes tais, que apresentam
teorias e interpretações particulares e mirabolantes é tão somente, como Ruckman,
vincularem um ensino particular ao seu próprio nome ao invés de glorificar ao Senhor
Jesus Cristo em fidelidade!
Porque os tais não servem a nosso
Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas
enganam os corações dos simples. – Romanos16:18 (ACF)
Se regras bíblicas de hermenêutica
foram violadas no processo de proposição de uma teoria ou interpretação, isso
também pode e deve ser apontado. Se a Bíblia ensina claramente o oposto exato
de uma dada teoria ou interpretação, é claro que o cristão deve demonstrá-lo a
partir das Escrituras.
Mas muitas vezes Ruckman se tornou
culpado de ensinar como fato o que é mera especulação pessoal e muito
particular.
a. Interpretação particular como definitiva
e inquestionável
Ruckman não ensinava suas
interpretações pessoais como sendo apenas uma teoria especulativa própria, mas
sim afirmando que elas eram definitivas e inquestionáveis:
“Não há dúvida sobre o significado do
versículo 22 no texto em inglês. Os filhos de Caim têm um problema sexual...
[aqui ele traz à tona Gênesis 19 e Romanos 1] Não há a menor dúvida, seja qual
for, sobre o significado de Gênesis 9:22.” (Comentário de Gênesis, impressão de
1980)
Ruckman encontrava uma palavra ou
frase misteriosa sobre a qual ele podia se debruçar, e em um versículo obscuro deixava
sua imaginação correr solta sem revelar que essa era toda a sua base para sua
crença. Rukcman partia “de fora para dentro” e não “de dentro para fora”
deixando a Bíblia falar, mas permaneceu falando em lugar dela.
Quando um cristão percebe que um
ruckmanita não provou sua interpretação particular repetidas vezes, este
cristão pode e deve rejeitar as alegações do ruckmanita imediatamente,
determinando que este, assim como Ruckman, não é um mestre confiável e simplesmente
deve seguir em frente.
b. Interpretações que se autocontradizem
Ruckman, muito raramente, trouxe a
regra hermenêutica bíblica a lume como se ele a respeitasse e seguisse. Ele chegou
a declarar, certa ocasião:
“Uma boa regra em teologia é nunca
construir sua doutrina sobre um versículo sobre o qual haja alguma questão ou
dúvida séria”. (Ruckman, Peter. The Book of Luke . Pensacola,
FL: BB Bookstore, 2013, p. 139)
Devemos, porém, observar que a própria
afirmação de Ruckman quando aplicada a si mesmo aponta para suas próprias
heresias! Ruckman às vezes extrai princípios hermenêuticos aceitos para usar
contra seitas e outros com os quais ele discorda, mas se recusa a aplicar esses
mesmos princípios aos seus próprios ensinamentos.
Em outra declaração, ele advertiu:
“Jamais baseie uma doutrina bíblica em
um versículo obscuro ou um versículo sobre o qual haja pouco acordo quanto ao
significado.” (Bible Believers' Bulletin . Fev. 1992, p. 2)
Na mesma página, no entanto, ele define
essa regra hermenêutica como sendo “tão primária e tão padrão”, embora ele
frequentemente a abandonasse ao ensinar suas estranhas doutrinas.
O perigo da “herança” de Ruckman é que
atualmente ele tem muitos seguidores e defensores ardorosos que estão dispostos
a olhar para o outro lado ou rapidamente procuram mudar de assunto quando
confrontados com os erros de seu “mestre” ou os erros em si mesmos!
c. O problema das referências cruzadas
As referências cruzadas de Ruckman são
quase como se ele tivesse tirado versículos aleatórios de um ‘chapéu mágico’
apenas para que uma longa lista de referências pudesse parecer autoritativa! Veja
o seguinte exemplo escabroso:
“Durante a Tribulação, os judeus em
Jerusalém serão sacrificados em um altar e devorados (Sal 16:4; Miq 3:3; Zac
13:8; Apoc. 6:9-11), e eles serão um décimo da população de Israel…” (Ruckman
Reference Bible. 1ª edição, p. 922)
Por favor, verifique cuidadosamente os
versículos aleatórios que Ruckman forneceu para apoiar sua declaração ao
interpretar que os judeus serão canibalizados durante a Grande Tribulação: Sal.
16:4, Miq. 3:3, Zac, 13:8, Apoc. 6:9-11. Nenhuma destas passagens fornecidas
por ele apoia o canibalismo que ele apresentou, a não ser em sua própria
imaginação e interpretação particular e pessoal!
Em outro exemplo, que Ruckman
frequentemente, utilizou é o texto de Eclesiastes 8:4: “Porque a palavra do rei tem poder; e quem
lhe dirá: Que fazes?”
Em seus escritos, ele utilizou este
versículo para conceder autoridade superior e de inspiração à KJV1611. Entretanto,
tal interpretação não se alinha com regras aceitas de hermenêutica bíblica, de
forma alguma! Observe uma de suas notas sobre o versículo em questão:
“Com o TEMPO absoluto determinado pela
Inglaterra (Greenwich), com a LOCALIZAÇÃO absoluta determinada pela Inglaterra
(longitude) e a TEMPERATURA absoluta (unidade térmica britânica) enraizada e
fundamentada na Inglaterra, uma Bíblia de repente aparece no mesmo lugar — na
linguagem universal do século XX. … Foi traduzida sob um ‘Rei’ e ‘onde está a
palavra de um rei, aí há poder’”. (Ruckman, Peter. The Book of Ecclesiastes .
Pensacola, FL: BB Bookstore, reimpressão de 2001, p. 192)
A maneira como Ruckman interpretou Eclesiastes
8:4 é totalmente desprovida de seu contexto. O contexto ao longo do capítulo é
a autoridade e o poder de um Rei por causa de sua posição e da autoridade que
ele representa. Não é, nem remotamente, sobre a autoridade de uma “tradução
superior e inspirada” da Bíblia associada ao Rei James.
Embora o Rei James tenha aprovado os
planos para a tradução e fornecido as finanças para o projeto, ele não estava
entre os tradutores! Embora seja certo e apropriado associar seu nome à
tradução, a tradução de 1611 não é a palavra do Rei James, e seu poder não
derivou dele como autoridade, seja de tradução ou de inspiração que Ruckman
defendia!
Esta explicação particular de Ruckman,
que usou e abusou deste versículo, poderia ser usada como um exemplo em cursos
de hermenêutica sobre como NÃO interpretar a Bíblia!!!
Conclusão
Nenhum estudioso, pregador, pastor,
intérprete, evangelista, cristão verdadeiramente salvo, está livre de cometer
falhas e deslizes. Todos estamos sujeitos a termos dificuldades em algum, ou
alguns, pontos.
Nossas opiniões sobre o que a Bíblia
deixa em obscuro e dificuldades devem estar sujeitas ao que é claro nas
Escrituras, não às interpretações pessoais ou traduções mirabolantes de quem
quer que seja, mesmo a nossa própria. Quando isso ocorre, abre-se um caminho
que leva o intérprete de um absurdo para o outro, num labirinto sinuoso que conduz,
inevitavelmente, à mentalidade de seita.
Imaginemos este exemplo:
“E com o mais excelente da terra, e
da sua plenitude, e com a benevolência daquele que habitava na sarça, venha
sobre a cabeça de José, e sobre o alto da cabeça daquele que foi separado de
seus irmãos. Ele tem a glória do primogênito do seu touro, e os seus chifres
são chifres de boi selvagem; com eles rechaçará todos os povos até as
extremidades da terra; estes pois são os dez milhares de Efraim, e estes são os
milhares de Manassés.” – Deuteronômio 33:16-17 (ACF)
Se nossa opinião pessoal pudesse
prevalecer sobre as regras de hermenêutica bíblica, teríamos completa
autoridade pessoal e particular acima da própria Escritura para afirmar que a
Bíblia ensina que “José retornará à Terra algum dia montado em um unicórnio, e
ele usará os chifres de seu unicórnio para cutucar, fustigar, castigar e
empurrar as pessoas até os confins da Terra”!!!
Ou, ainda, suponhas que em:
“Pois onde estiver o cadáver, aí se
ajuntarão as águias.” (Mateus 24:28, ver também Lucas 17:37”
Poderíamos interpretar que “as águias”
são as insígnias militares dos Império Romano, que se ajuntava em batalha, produzindo
seus mortos!!!
Teríamos, então, que crer que Ruckman
interpretou corretamente ao dizer que, por exemplo, Satanás foi quem gerou Caim,
um de muitos exemplos de um de seus ensinamentos estranhos.
Das suposições acima, como exemplo, de
uma ridícula interpretação de José retornando à terra montado em unicórnios
pode apenas causar risos, mas se Ruckman tivesse ensinado isso, sem dúvida
haveria muitos de seus leais ruckmanitas apoiando-o com um olhar sério e
acusando outros de irem “longe demais em expô-lo”, ou estando apenas “atacando-o”
sem justificativas.
Se sabedoria, equilíbrio e exegese
cuidadosa não são características dos ensinos de alguém, não importa quantos
diplomas eles têm, quão fluente é nas línguas originais (a maioria não é!!!), quão
alto é o seu QI, quantos tempo tem de convertido, quantos livros e materiais leram,
traduziram, distribuíram, publicaram ou escreveram, quantas almas “ganharam”,
quantos alunos formaram, quantas escolas teológicas inauguraram, quantas vezes
eles leram a Bíblia, quantas Escrituras conseguiram memorizar...etc, estes
ensinos devem ser rejeitados e abandonados. Embora Deus possa usar todas essas
coisas em alguns de seus servos (não duvidamos disso), elas não são um
substituto para a sabedoria, o equilíbrio, o discernimento espiritual e as práticas
hermenêuticas bíblicas cuidadosas e fiéis.
Além disso, não negamos que muitos homens
e mulheres de DEUS ao longo dos séculos cometeram muitos acertos em fidelidade,
porém, também tiveram suas falhas. Todos eles, de alguma forma e em algum
momento erram, falharam. E reconhecemos isto! Graças a DEUS somente o Jesus
Cristo foi homem perfeito e nunca errou, pecou ou falhou.
Não desejamos aqui simplesmente “atacar
a pessoa” de Ruckman, mas confrontar seus erros grosseiros com a Verdade das
Escrituras e o discernimento espiritual equilibrado e saudável. Isso ajudará
muitos irmãos e igrejas a se prepararem para possíveis ataques de seguidores e
discípulos de Ruckman, que não somente não suportam que as falhas de Ruckman
sejam demonstradas e evidenciadas, mas permanecem encarando-as como ataques
pessoais, tão somente.
E em tudo isso, precisamos entender
que o ruckmanismo é muito perigoso, pois em seus cerne reproduz em seus seguidores
e defensores muito dos mesmos erros que Ruckman cometeu. Seus discípulos não
aceitarão serem questionados quando seus processos de interpretação se mostrarem
falhos e inconsistentes.
É importante que estejamos atentos à
essas consequências que podem “levedar” muitos círculos cristãos. E, assim como
fizeram os judaizantes, estabelecem nichos intolerantes, irascíveis e que não
suportam serem questionados em suas interpretações particulares, tidas por eles
como irrefutáveis. Isso não é mentalidade Bíblica, isso é mentalidade de seita!
Devemos dizer, como Paulo:
Esta persuasão não vem daquele que
vos chamou. Um pouco de fermento leveda toda a massa. – Gálatas 5:8-9 (ACF)
Abril, 2025.
Revisão 00.
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