Psicologia
e Misticismo do Fim dos Tempos
Por David Cloud
O
texto a seguir é um trecho do nosso novo livro O Deus do Misticismo do Fim dos
Tempos, disponível gratuitamente como e-book no site www.wayoflife.org.
Mas temo que, assim como a serpente
enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos
os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo. Porque, se alguém
for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro
espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não
abraçastes, com razão o sofrereis. – II Coríntios 11.3-4
(ênfases
minhas)
A
Psicologia tem sido permeada de misticismo desde a sua criação, no século 19.
Carl Jung
Carl
Jung (1875-1961), o fundador da psicologia analítica, tem sido chamado de “o
psicólogo do século 21” (Merill Berger, A
Sabedoria dos Sonhos, capa frontal). Jung (pronuncia-se ‘iungui’) tem sido influente,
não só na sociedade em geral, mas também no movimento da Nova Era e dentro de
quase todos os aspectos do cristianismo. Jung influenciou tanto os modernistas
quanto os evangélicos. Seus escritos são influentes no seio do movimento
contemplativo. Ele foi promovido por Paul Tillich, Morton Kelsey, John Sanford,
Thomas Moore, Joseph Campbell, John Spong, Richard Foster, Agnes Sanford, e
Gary Thomas, para citar apenas
alguns. Os tipos psicológicos de Jung fornecem a base para parte do Perfil de Personalidade
do programa SHAPE [MOLDE – moldar, dar forma, ajustar, adaptar o
pensamento cristão] de Rick Warren, que é
utilizado por inúmeras igrejas e instituições.
Jeffrey
Satinover diz:
“O impacto de Jung, direta e indiretamente, sobre o
Cristianismo tradicional - e, portanto, na cultura ocidental - tem sido
incalculável. Não é exagero dizer que as posições teológicas da maioria das
denominações tradicionais em sua abordagem sobre o cuidado pastoral, bem como
em suas doutrinas e liturgias - tornaram-se mais ou menos idênticas ao simbolismo
psicológico/teológico de Jung” (Homossexualidade
e a Política da Verdade, p. 240, citando Ed Hird, Carl Junge o
Neo-Gnosticismo, em 18 março de 1998).
Ao mesmo tempo, Jung
estava profundamente envolvido com o misticismo pagão. Ele tem sido chamado de
o “pai do movimento Nova Era” (Ed Hird).
Jung
explorou o Hinduísmo, o Budismo, o Taoísmo, o I-Ching, a astrologia, o espiritismo,
o gnosticismo, a alquimia, a interpretação de sonhos, o simbolismo das mandalas,
a Teosofia, a Mitologia Grega e muito mais. Quando ela ainda era um menino, foi
atraído pelos deuses hindus, porque ele “tinha um sentimento obscuro de suas
afinidades com a auto ‘revelação original’” (Jung, ‘Memórias, Sonhos, Reflexões’, Vintage Books, 1989, p. 17). Ele
passou um tempo na Índia estudando religião e folclore oriental. Ele escreveu a
primeira introdução ao Zen Budismo. Ele acumulou uma das maiores coleções de obras
espíritas encontradas no continente europeu (Jeffrey Santinover, O Ser Vazio, p. 28).
Na
busca de comunhão com espíritos e de um “poder todo penetrante” panteísta, Jung
usou uma grande variedade de práticas místicas, incluindo os métodos de
adivinhação do I-Ching, a idolatria, os cálculos astrológicos do horóscopo, a meditação,
a comunhão com espíritos, a clarividência, as sessões espíritas, a
interpretação de sonhos e a canalização. O livro de Jung Septem Sermones (Os Sete Sermões aos Mortos) foi ditado, psicografado, pelos espíritos.
Jung
acreditava que o segredo da vida pode
ser encontrado “no coração místico de todas as religiões”, e que este segredo consiste em uma “jornada de transformação” com o propósito de encontrar o verdadeiro Eu e levá-lo à harmonia
com o divino.
O deus que Jung encontrou
por meio de práticas místicas não era o Deus da Bíblia. Ele era o deus panteísta, universalista,
sincretista, do não-julgamento do Ego.
Jung
disse que Jesus, Mani [ou Maniqueu – 216 a 276 dC - fundador do
Maniqueísmo, combinação filosófica de cristianismo, zoroastrismo e ideias
orientais dualísticas], Buda, e Lao-Tsé são
todos “pilares do espírito” (John Dourley, C.
G. Jung e Paul Tillich, p. 65).
Jung
acreditava no panteísmo. “Nada pode me convencer de que ‘à imagem de Deus’ é aplicada
somente ao homem. Na verdade, pareceu-me que as altas montanhas, os rios, os lagos,
as árvores, as flores e os animais tem muito melhor exemplificado a essência de
Deus do que os homens...” (‘Memórias,
Sonhos, Reflexões’, p. 45). Ele carregava uma pequena pedra e a secretamente
a adorava. Ele dizia: “O que eu mal sentia ser meu parentesco com a pedra era a
natureza divina em ambos, na matéria morta e na matéria viva” (p. 68).
Jung
acreditava que “nada separou o homem de Deus” (p. 45). Isto, naturalmente é o
deus do não-julgamento, que não é nem um legislador e nem um juiz santo.
Abraham Maslow
Maslow
(1908-1990) previu uma “quarta força” na psicologia, que “tornou-se conhecida
como a psicologia transpessoal, com um forte elemento Nova Era” (E. S. Williams,
O Lado Negro do Aconselhamento Cristão,
p. 57) .
Maslow
promoveu místicas “experiências de pico”, como o meio de se conectar com “deus”
e alcançar a auto-realização. Por essas experiências o indivíduo se sente “uma
parte do infinito e do eterno” (Williams, p. 63).
Seu misticismo o levou ao
deus da apostasia do fim dos tempos.
Maslow rejeitou o Deus da
Bíblia e odiava o Cristianismo Bíblico, considerando-o um grande inimigo da
verdadeira espiritualidade. Ele negou a revelação divina e a verdade absoluta.
Ele desejava levar os homens a um novo deus. Viu a si mesmo “como um profeta
secular que iria resgatar o homem moderno da tirania da religião tradicional e
liderar-nos à terra prometida da auto-realização humana” (Williams, p. 59).
O
“deus” de Maslow “não era uma pessoa, mas uma força, um princípio, um
alto-desenvolvimento da qualidade do todo do Ser, um poder de integração que
expressa a unidade e, portanto, o significado do cosmos” (Maslow, ‘Religiões, Valores e Experiências de Pico’
, capítulo 8).
Seu
“deus” era um deus do não-julgamento, que não concede leis nem julga a
desobediência. Ele negou a doutrina do pecado original e ensinou que o homem é
basicamente bom e tem o potencial dentro de si para a perfeição ou “atualização”.
Isso é chamado de psicologia do “potencial humano”.
Isto
é misticismo e o aconselhamento psicológico é o misticismo na prática. O homem
[supostamente] pode obter o seu potencial através de aconselhamento
psicológico não-diretivo.
Observando
que o misticismo de todas as religiões leva ao mesmo tipo de deus, Maslow
concluiu que “todas as religiões são iguais em sua essência e tem sido sempre a
mesma” (‘Religiões, Valores e
Experiências de Pico’, p. 20).
Carl Rogers
Rogers
(1902-1998) foi classificado com o número um dos psicoterapeutas mais
influentes em 1982 pela revista American
Psychologist. William Kilpatrick disse: “Eu não acho que qualquer outro
psicólogo teve tanta influência em nossa cultura e modo de pensar” (Experiências em Educação Moral, 1997,
citado a partir de E. S. Williams, O Lado
Negro do Aconselhamento Cristão, p. 71).
Rogers
teve uma influência enorme sobre a educação pública. “Nos anos 50 e 70, estas
técnicas de aconselhamento que Rogers tinha desenvolvido foram introduzidos nas
escolas, com o resultado de que os professores começaram a tomar uma atitude
não-diretiva, de não-julgamento dos valores. Cada pessoa teria que descobrir
seus próprios valores, e ninguém poderia dizer que um valor era superior aos demais”
(William Kirkpatrick, citando Williams, p. 71).
Rogers
também teve uma enorme influência sobre o movimento de aconselhamento sobre o
aborto. “Praticamente todos os serviços de aconselhamento de aborto, tanto
cristãos quanto seculares, seguem a abordagem não-diretiva de Rogers. O
objetivo é proporcionar a uma mulher grávida os fatos sobre suas opções (aborto,
adoção, manter a gravidez) de uma forma imparcial que irá ajuda-la a fazer sua
mente decidir sobre o que ela quer fazer com a gravidez indesejada. Seja qual
for a escolha que ela fizer, esta é a escolha certa para ela” (Williams , p.
71).
Depois de frequentar o liberal
Seminário Teológico União e de ter
participado da liberal Conferência
Mundial de Estudantes da Federação Cristã, Rogers rejeitou a fé cristã de
seus pais.
Ele rejeitou o Deus da
Bíblia e buscou o deus da apostasia do fim dos tempos.
Ele se tornou sua própria
autoridade, seu próprio deus, e a “experiência” o canal para a verdade. Rogers escreveu:
“A experiência é, para mim, a mais alta autoridade.
A pedra de toque de validade é a minha própria experiência. A ideia de nenhuma
outra pessoa senão as minhas próprias ideias são tão autoritárias como a minha
experiência. É para a experiência que eu tenho que me voltar de novo e de novo,
para descobrir uma maior aproximação com a verdade, uma vez que ela está em
processo de se tornar no Eu. Nem a Bíblia
nem os profetas - nem Freud, nem a investigação - nem as revelações de Deus,
nem o homem - podem ter precedência sobre a minha própria experiência direta”
(Rogers, Se Tornando Uma Pessoa).
Ele se tornou um inimigo
do Deus do cristianismo bíblico.
Ele escreveu:
“A religião, especialmente a tradição cristã
protestante, tem permeado nossa cultura com o conceito de que o homem é
basicamente pecador, e é somente por algo próximo de um milagre que sua
natureza pecaminosa pode ser anulada” (Rogers, Se Tornando Uma Pessoa, 1961, p. 91) .
Rogers
foi um dos Manda-Chuvas do movimento humanista e em 1964 foi eleito Humanista do Ano pela Associação
Humanista Americana.
Seu
deus era uma “força vital” que está presente em todas as formas de vida e que
as pessoas podem utilizar para “auto-realização” (Williams , p. 66) .
Ele rejeitou a queda do
homem e a necessidade do novo nascimento, acreditando que o homem tem a capacidade
de aperfeiçoar-se através da confiança em suas próprias experiências e ao
seguir seus próprios sentimentos. Os meios para isso são os aconselhamentos “não-diretivos”,
que são aconselhamentos de não-julgamento e são moralmente relativistas.
Este é mais um caminho
místico para o deus da apostasia do fim dos tempos.
Ao
perseguir a “luz interior” e confiar em seus próprios sentimentos e experiências,
Rogers foi atraído mais e mais para a escuridão espiritual. No fim de sua vida,
ele se envolveu com o ocultismo, e envolvendo em coisas tias como:
transferência de pensamentos, clarividência, auras humanas, experiências fora
do corpo e sessões espíritas.
O deus Psicológico da Autoestima e do Amor Incondicional
Dois
dos princípios fundamentais da psicologia moderna são a autoestima e o amor
incondicional.
Estes princípios são
negações flagrantes do cristianismo bíblico e a rejeição do Deus da Bíblia e
são, portanto, uma busca de um falso deus - o mesmo deus da apostasia do fim
dos tempos.
Autoestima
A
doutrina da autoestima foi desenvolvida pelos pais do movimento de aconselhamento
psicológico e se espalhou por todos os seus campos de atuação e
em todos os níveis da sociedade moderna.
De
acordo com a doutrina da autoestima, o homem deve buscar o seu próprio amor-próprio
e sua autoconfiança para o bem da sua integridade psicológica, e qualquer coisa
que prejudique a autoestima está errada. O caminho místico para o
desenvolvimento da autoestima é o aconselhamento psicológico. Desde que as regras absolutas de padrão moral produzem culpa em quem não as cumpre, a busca da
autoestima enfatiza a necessidade de “novas regras que nos permitem mais
liberdade de movimento e nos encorajam a nos aceitarmos como somos” (E. S. Williams , ‘O Lado Negro do Aconselhamento Cristão’, p. 116) .
O
ateu Abraham Maslow enfatizou a necessidade de autoestima em livros como Uma Teoria da Motivação Humana (1943), Motivação e Personalidade (1954), e Através da Psicologia do Ser (1955). Ele
ensinou que a falta de autoestima pode levar a “tendências neuróticas”. Rejeitando
a doutrina da queda, ele acreditava que o homem é basicamente bom e que existe “uma
força positiva de auto-atualização dentro de cada pessoa que está lutando para
afirmar a si mesma” (Williams, O Lado
Negro do Aconselhamento Cristão, p. 114). Se nos é “permitido guiar a nossa
vida, nós cresceremos de maneira saudável, frutífera e feliz” (Motivação e Personalidade, 1970, p.
122).
O Dr.
Nathaniel Branden teve uma influência enorme na promoção da autoestima através
de livros como A Psicologia da Autoestima
(1969), Como Aumentar a Sua Autoestima
(1987), e Os Seis Pilares da Autoestima
(1995). Ele trata da autoestima como uma necessidade humana básica, que é
essencial para a saúde mental. Ele diz: “O primeiro caso de amor que devemos
consumar com sucesso neste mundo é com nós mesmos; só então estamos prontos
para um relacionamento”.
Douglas
Groothius identifica a doutrina da autoestima com o caráter da Nova Era.
“Os esforços de quebra de padrões de Maslow abriu o
caminho para um êxodo do antigo ponto de vista psicológico da humanidade em
direção a um novo ser humano, que é essencialmente bom e tem dentro de si um
potencial ilimitado para o crescimento. Uma série de pensadores - Erich Fromm,
Rollo May, Carl Rogers e outros - soam esta chamada. Na psicologia humanista o Eu é visto como o coração radiante da
saúde e a psicoterapia deve se esforçar para manter a pessoa em contato com
essa fonte de bondade... Esta é a mensagem que está no centro do ensino da Nova
Era” (Desvendando a Nova Era, 1986,
p. 78).
A busca da autoestima
coloca a pessoa em contato com o deus da apostasia do fim dos tempos.
A doutrina da autoestima é
o cerne do movimento homossexual “cristão”, que afirma que Deus aceita os homossexuais
como eles são, sem a necessidade de arrependimento. Na fundação das Igrejas da Comunidade Metropolitana, em 1968, Troy Perry pregou uma
mensagem intitulada “Seja Verdade Para Ti”, a partir de uma frase soneto da
peça Hamlet de Shakespeare, “Isto
acima de tudo: que o teu Eu seja a própria verdade”.
A doutrina da autoestima
foi emprestada dos humanistas que odeiam Deus, como Maslow e Rogers e foi
promovida em toda parte nos círculos cristãos por uma série de psicólogos
“cristãos”, com James Dobson liderando a jornada.
Dobson
afirma que “a falta de autoestima produz mais sintomas de transtornos
psiquiátricos do que qualquer outro fator já identificado” (Famílias Confiantes Saudáveis, 1987,
pp 73-74). Seu livro de 1974, Escondido e
Procurado, foi escrito “para formular uma filosofia bem definida – e a
abordagem para a criação de filhos - que irá contribuir para a autoestima, da
infância em diante”. Ele diz: “Se eu pudesse escrever uma receita para as
mulheres do mundo, gostaria de fornecer a cada uma delas uma dose saudável de
autoestima e valor pessoal (tomado três vezes por dia até que os sintomas
desapareçam). Eu não tenho nenhuma dúvida de que esta é a sua maior
necessidade” (O Que As Esposas Desejam
Que Seus Maridos Saibam Sobre Mulheres, p. 35). 24 Ele diz: “... a falta de
autoestima é uma ameaça para toda a família humana, que afeta as crianças, os
adolescentes, os idosos, todos os níveis socioeconômicos da sociedade e cada
raça e cultura ética " (O Que As
Esposas Desejam..., p. 24).
Dobson
acredita que a falta de autoestima é a causa de todos os males sociais.
“Assim, sempre que as chaves para a autoestima
parecem estar fora do alcance de uma grande porcentagem das pessoas, como na
América do século XX, em seguida a doença mental generalizada, a neurose, o
ódio, o alcoolismo, o abuso de drogas, a violência e a desordem social irão
certamente ocorrer. O valor pessoal não é algo que os seres humanos estejam
livres para pegar ou largar. Devemos tê-lo, e quando ele é inatingível, todo
mundo sofre” (Famílias Confiantes
Saudáveis, p. 67).
Ao contrário, a Bíblia estabelece
os males da sociedade estando aos pés do homem caído e de sua rebelião contra
Deus. Jesus ensinou que o assassinato, o adultério, a fornicação, a cobiça, o
engano e o roubo como vêm de coração maligno do homem (Marcos 7.21-23).
David
Seamands é outro pioneiro do movimento da autoestima Cristã. Seus livros
imensamente populares Cura Para Emoções
Danificadas e Cura das Memórias
procuram curar o crente da “mais poderosa arma psicológica de Satanás”, que é a
“baixa autoestima”. Ele visa levar o cliente de volta ao passado para recuperar
e curar lembranças de eventos que feriram a autoestima.
Seamands
tem sido amplamente recomendada pelos evangélicos, incluindo James Dobson e
George Verwer (Jovens Com Uma Missão-JOCUM), que escreveu o prefácio do livro Cura para Emoções Danificadas.
O
caminho místico de Seamands para a autoestima é a “purificação da memória” por
meio de aconselhamento psicológico e técnicas da Nova Era. Ele promove coisas tais
como a visualização positiva, a imaginação guiada, a análise de sonhos e a
ventilação de emoções. Através da visualização, o indivíduo é ensinado a
imaginar eventos passados dolorosos em detalhes perfeitos e imaginar Jesus
entrando nos bastidores e trazendo a cura. Isto não é só fantasia vã;
é ocultismo e é uma receita para a comunhão com espíritos enganadores
disfarçados de anjos de luz.
A doutrina da autoestima minimiza
e redefine pecado.
O
muito popular e influente Robert Schuller, que foi um pioneiro do movimento “cristão”
da autoestima, define o pecado como “qualquer ato ou pensamento que rouba a
minha, ou de qualquer outro ser humano, autoestima” (Autoestima: A Nova Reforma, 14 p.). Ele definiu o novo nascimento
como “ser mudado de uma autoimagem negativa para uma autoimagem positiva - da inferioridade
para a autoestima” (p. 68). Ele ainda disse que Cristo era a “autoestima
encarnada” (p. 135). Schuller tem sido elogiado e promovido pelos “Quem-é-Quem”
[publicações
das celebridades] do evangelicalismo incluindo
Billy Graham, W. A. Criswell, R. C. Sproul, Christianity Today, Associação
Nacional de Evangélicos, World Vision, Promise Keepers, James Dobson, Tony
Campolo, Bill Bright, Paul Yonggi Cho, Jack Hayford, Ralph Reed, Bill Hybels,
Paul Crouch, John Wimber, Ravi Zacharias, Lee Strobel, Chuck Colson e Rick
Warren, para citar alguns. (Consulte “Os Evangélicos e o Herético Robert
Schuller” no site www.wayoflife.org)
[No Brasil dentre
alguns seguidores e propagadores de suas heresias, os mais conhecidos são: R.R.
Soares, Edir Macedo, Valdomiro Santiago, Silas Malafaia, Valnice Milhomens,
René Terra Nova, e muitos outros que também promovem as heresias da teologia da
prosperidade, do movimento da fé, dos grupos G12, do movimento de células, da
teologia feminista que multiplica mulheres “pastoras” e o neopentecostalismo em
geral.]
A doutrina da autoestima
promove uma visão anti-bíblica da consciência. Apesar de reconhecer que a consciência (uma “voz
interior”) produz culpa e pensamentos negativos, a solução proposta não é o
caminho bíblico da regeneração através do arrependimento e da fé, seguida de
uma caminhada cristã de obediência e confissão. A solução proposta, em vez
disso, é baixar os padrões de moralidade.
Os fundadores ateus da
doutrina da autoestima odiavam o DEUS Santo da Bíblia e Sua santa Lei e
procuraram destruir a Sua autoridade sobre os homens, negando sua existência e
ensinando o relativismo moral e a busca do Eu. Conselheiros cristãos que têm
emprestado a doutrina da autoestima também tendem a subestimar o caráter
absoluto da Lei de Deus, a necessidade de estrita obediência e substituir os
meios bíblicos de acalmar a consciência com um “mambo-jambo psicológico”.
[Mabo-jambo psicológico: Como uma fórmula
mágica as terapias tolas e sem sentido se espalham pelo mundo e pelo meio
neoevangélico, mudando cada vez que o público sente “coceira nos ouvidos”,
permitindo que os terapeutas de plantão continuem enchendo os bolsos e que os
pecadores encontrem outra forma de cauterizar a suas consciências, evitando a
todo custo o arrependimento bíblico, a confissão e o abandono do pecado com
rendição incondicional ao Senhor Jesus Cristo.]
A Crusade for World Revival (CWR) – Cruzada Pelo
Reavivamento Mundial, fundado por Selwyn
Hughes, afirma: “Se os nossos padrões são tão altos a ponto de serem quase
inalcançáveis, vamos nos colocar de frente para o fracasso”.
Chris
Leger e Wendy Bray dizem que “os versículos bíblicos que nos lembram da ordem
de Deus para sermos obedientes podem gerar o aumento da culpa... Nós nos
esforçamos continuamente para agradar a Deus, mas nunca sentimos que nós lhe
agradamos - nossa autoestima cai para níveis baixos” (Discernimento em Autoestima,
p 57.). Leger e Bray afirmam que Deus sempre aceita o nosso melhor, porque sua
voz é sempre uma voz de “graça, amor e aceitação” (pp. 43, 44).
O Dr. E. S. Williams
adverte:
“Em tudo o que foi escrito e ensinado sobre a
autoestima, tanto cristã e secular, nunca há qualquer sugestão de que a causa
de baixa autoestima do homem seja a lei moral de Deus, que condena o comportamento
pecaminoso” (O Lado Negro do
Aconselhamento Cristão, p . 140).
O movimento da autoestima distorce
a Escritura e a põe fora do seu contexto. Uma grande prova textual é Mateus
22.39b:
“... Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Isso é interpretado como
significando que o homem precisa amar a si mesmo, assim como ele precisa amar o
seu próximo, mas Cristo não estava dizendo que há uma necessidade de amor
próprio e Ele não estava incentivando qualquer tipo de programa de autoestima.
Ele estava dizendo que os homens já se amam! Paulo disse a mesma coisa em
Efésios 5.29a: “Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne
...” O problema do homem caído não é a falta de autoestima, mas o excedente
dela e uma grosseira ausência de estima por Deus! O homem caído é idólatra, que
se venera a si mesmo no lugar do Criador Todo-Poderoso. A essência do pecado é
que “cada um de nós se desviava pelo seu caminho” (cf. Isaías
53:6 ) .
A moderna doutrina da autoestima
é heresia e apostasia. A primeira característica da apostasia do fim dos tempos
é que haveria “homens amantes de si mesmos” (cf. 2 Timóteo 3:1-2 ) .
A distorção
das Escrituras no movimento da autoestima atinge níveis assustadores pelo
simples fato de que a ela não é ensinada nas Escrituras, mas é derivada da
psicologia moderna e é então forçada para dentro das Escrituras.
David
Seamands afirma que na parábola dos talentos, o homem com um talento estava
paralisado pelo medo e falta de autoestima! E a razão pela qual os israelitas
não entraram na Terra Prometida foi baixa autoestima! Seamands aplica esta doutrina da seguinte forma: “Onde está a visão que Deus
colocou diante de você? O que a destruiu? Seus pecados e transgressões e seus
maus hábitos? Duvido. Provavelmente, o seu sonho foi adiado ou destruído porque
Satanás lhe enganou ao fazer você pensar em si mesmo como um gafanhoto ou um
verme” (Cura Para Emoções Danificadas,
p. 50) .
Então
supostamente, o problema do homem não é o pecado, mas a falta
de autoestima. O homem não é um pecador; ele é uma vítima. Ele não precisa de
salvação e santificação; ele precisa de aconselhamento psicológico.
Amor Incondicional
A
doutrina da autoestima está intimamente associada com a do amor incondicional.
Para ter maior autoestima, devemos saber que somos amados incondicionalmente,
sem amarras.
Temos
de ver a Deus como um Pai misericordioso, que “nos aceita totalmente,
exatamente como nós somos” (Chris Leger e Wendy Bray, Discernimento em Autoestima, 2006, 12 p.).
Como
Larry Crabb diz: “Eu sou completamente aceitável para ele, independentemente do
meu comportamento” (Aconselhamento
Bíblico Efetivo, 1977, p. 70).
Assim
como a doutrina da autoestima, o amor incondicional é promovido tanto por
conselheiros seculares quanto por conselheiros “cristãos”. É ensinado por Rick
Warren, James Dobson, Philip Yancey, Joyce Meyer, Larry Crabb, Gary Smalley,
Selwyn Hughes, David Seamands, Gary Chapman, Charles Stanley, e uma série de
outros líderes e autores “cristãos” populares.
James
Dobson disse que o seu livro Amor Para Uma
Vida foi concebido a fim de “resumir a importância do amor altruísta e
incondicional” (Amor em Foco: Dr. James e Shirley Dobson, christianitytoday.com
em 12 de setembro de 2008).
O Dr. E. S. Williams
observa: “Enquanto a autoestima objetiva fazer com que o homem se sinta bem em
relação ao seu pecado, o alvo do amor incondicional é o de fazer o homem
pecador se sentir como se ele não fosse enfrentar julgamento ou punição” (Cristo ou Terapia? P. 71.).
Assim
como a doutrina da autoestima, a doutrina do amor incondicional foi
desenvolvida pelos pais do movimento de aconselhamento psicológico, adeptos da Nova
Era. Erik Fromm foi o primeiro a usar a frase “amor incondicional”, enquanto
Carl Rogers cunhou o termo de “consideração positiva incondicional”, pelo que “ele
se referia a concessão de amor e aprovação, independentemente do comportamento
de um indivíduo” (E. S. Williams, Cristo
ou Terapia?, pp 65, 66).
A doutrina do amor incondicional
é um tema importante do pensamento Nova Era. O deus do amor incondicional não coloca nenhuma
obrigação sobre as pessoas e não pune o pecado. Harold Becker diz que a raça
humana esta “tornando-se consciente do amor incondicional” (Amor Incondicional - Uma Maneira Ilimitada
de Ser, 1007, p 7.). “É uma energia e um poder”, que está “transformando o
curso de toda a humanidade”. Roy Klienwachter diz: “O amor incondicional
significa liberdade incondicional... O castigo da justiça divina é uma mentira,
tudo produzido artificialmente... Qualquer um que diga algo diferente disso,
não vem do amor incondicional” ( Amor Incondicional, de 2008).
O amor incondicional é tema
do ocultismo. Considere Aleister
Crowley, que teve uma grande influência sobre a cultura rock & roll, e cuja
foto aparece na capa do álbum dos Beatles Sargent
Pepper. Seu sistema foi baseado em dois princípios: “Faze o que tu queres
deverá ser o todo da lei” e “Amor é a lei, amor sob a vontade” . O “amor” de Crowley
era o amor incondicional, sem obrigações. O site The Voice of Lucifer – A Voz de Lúcifer proclama que “o amor
incondicional é uma forma ilimitada de ser” e é “uma maneira de mudar o nosso
mundo para melhor” e “o único veículo para a nossa salvação”.
O amor incondicional é tema
do movimento homossexual “cristão”. Deus os aceita como eles são.
O amor incondicional é
também um princípio fundamental da igreja emergente.
Em
Cartilha de Uma Igreja Emergente
Justin Taylor diz que devemos proclamar a “mensagem do amor incondicional de
Deus”.
O deus do amor
incondicional não é o Deus da Bíblia. O
amor do Soberano Deus Criador é insondável e imerecido, mas não incondicional. O
amor de Deus é demonstrado em Cristo na Cruz e para que alguém se beneficie do
amor de Deus deve se arrepender de seus pecados e receber a Cristo como Único e
Suficiente Salvador e Senhor.
Considere as seguintes afirmações do próprio Jesus Cristo:
Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é
o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me
manifestarei a ele. (João
14.21)
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no
reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome?
e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas
maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de
mim, vós que praticais a iniqüidade. ( Mateus 7.21-23)
Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele
que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.
(João 3.36)
Não, vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos
de igual modo perecereis. (Lucas 13.3)
Arrependa-se ou pereça não
é a mensagem do amor incondicional!
A doutrina do amor
incondicional como tipicamente é definido nega a absoluta santidade de Deus, a
queda do homem, a necessidade da expiação de Cristo, a exigência do novo
nascimento, o chamado de Deus ao arrependimento e à fé, a existência do inferno
eterno para os que estão sem Cristo e o chamado de Deus para o viver santo da
vida cristã.
A
verdadeira graça de Deus leva os homens a negarem a impiedade e as paixões
mundanas e a viverem sóbria, justa e piedosamente no presente mundo (Tito
2.11-12). O crente deve deixar de lado toda a malícia, e todo o engano, e
fingimentos, e invejas, e toda a maledicência (I Pedro 2.1). Temos que nos
abster das concupiscências carnais, que combatem contra a alma (I Pedro 2.11).
Devemos evitar o mal e fazer o bem (I Pedro 3.11). Devemos ser santos como Deus
é santo (I Pedro 1.15-16). Esse é a mais estrita e a maior de todas as vocações!
E, embora o crente nascido de novo seja aceito em Cristo e esteja eternamente
seguro por causa da perfeita Expiação, ele está sujeito à disciplina na vida
presente e à perda de galardões no
Tribunal de Cristo se ele anda em carnalidade impenitente e em desobediência.
Existe até um pecado para a morte (I Coríntios 11.30, I João 5.17).
Há
alguns, que pregam o amor incondicional, que chegam a afirmar que eles
acreditam nas doutrinas bíblicas acima mencionadas, mas a mensagem do amor
incondicional é contraditória a essas verdades e aqueles que tentam
conciliá-las estão vivendo em um mundo de fantasia.
O deus da autoestima e do
amor incondicional não é o Deus das Escrituras; ele é o deus da apostasia do
fim dos tempos. Como o Dr. E.S. Williams
observa:
“O conceito de amor incondicional só existe em um
mundo mitológico em que não há nenhum pecado, nenhum mal e não há lei, em que
as pessoas estão livres para viverem como quiserem, sem medo de julgamento e
punição. No mundo real, o amor incondicional é, nem mais nem menos, a
licenciosidade - uma atitude que nega as regras aceitáveis e morais que regem o
comportamento humano. É uma atitude que nos permite fazer o que quisermos sem
sanção ou controle. É a mensagem essencial da moralidade pagã e da salvação Nova
Era” (Cristo ou Terapia?, P. 69).
“O deus permissivo do dogma da autoestima ‘cristã’
anseia satisfazer as necessidades e desejos do coração humano. Ele tem prazer
em atender as nossas necessidades e gosta de fazer-nos sentir bem sobre nós
mesmos, não importa o quê. Ele toma cuidado para não estabelecer padrões muito
altos ou muito difíceis de encontrarmos. Ele está satisfeito com o nosso
comportamento, desde que façamos o nosso melhor. Ele é um deus que é “poderoso
para salvar” a humanidade de um ciclo de vida de baixa autoestima. E se a
verdade fosse por ele conhecida, ele não odiaria realmente o mal e o pecado
tanto assim, pois ele nos aceita totalmente, exatamente como somos. Ele nos
ordenou amar a nós mesmos e ele ama a todos incondicionalmente, não importa
como eles se comportem” (Williams, O Lado
Negro do Aconselhamento Cristão, p. 141) .
Perdão Incondicional
Intimamente
associada com a doutrina do amor incondicional está a doutrina do perdão
incondicional. Ao longo das duas últimas décadas esta doutrina se tornou um
elemento importante do movimento da psicologia. É uma forma de terapia.
Considera-se um canal para a cura interior e para a autoestima.
A
principal força por trás da propagação do perdão terapêutico é a Fundação Templeton, que é núcleo da Nova
Era. Apesar de ser um presbiteriano convicto, John Templeton é um evolucionista,
panteísta e universalista. Ele rejeitou a Bíblia como revelação divina,
descaradamente alegando que a Bíblia foi escrita por homens que “foram
limitados por cosmologias há muito já desacreditadas” e cujos escritos eram “ignorantes
e primitivos” (A Abordagem Humilde,
1995, p. 135). Seu esboço biográfico diz que “o objetivo da Templeton tem sido
nada menos do que mudar as mentalidades sobre o conceito de divindade”. Templeton
diz: “Deus é tudo de você e você é uma pequena parte dele” e “Ninguém deve
dizer que Deus pode ser alcançado por apenas um caminho” (A Abordagem Humilde, pp 38, 55) .
Os
livros de Templeton têm sido recomendados por Norman Vincent Peale (ele chamou
Templeton de “o maior leigo da igreja cristã em nosso tempo”), Robert Schuller (ele
colocou a foto de Templeton na capa de sua revista Possibilities) e Rick Warren (ele foi um dos juízes do concurso de
redação mundial Templeton, Poder com
Propósito).
Desde
os anos 90, a Fundação Templeton financiou estudos científicos “sobre o poder
do perdão, e tem havido uma explosão associada ao ensino sobre este assunto,
como Perdão Radical de Colin Tipping
(1997); O Perdão é Uma Escolha de
Robert Enright (2001); Perdoe Pelo Bem
de Fred Luskin (2002); e Felicidade
Autêntica de Martin Seligman (2002). Existe a Aliança Mundial de Perdão, o Instituto
Internacional do Perdão, o Instituto
do Perdão Radical e o Projeto Perdão.
Muitas dessas pessoas e organizações possuem perspectivas Nova Era. A Aliança Mundial de Perdão está “aberta a
todas as religiões, credos e crenças” e usa o perdão como um instrumento de
construção de uma Nova Era de alegria e paz. A missão de Colin Tipping é “elevar
a consciência do planeta através do perdão”.
Tendo
em vista o “repúdio ao separatismo” por atacado, que caracteriza o
evangelicalismo moderno e o movimento carismático, não é de se estranhar que os
conselheiros “cristãos” têm sido rápidos em saltar para dentro do “bloco
carnavalesco” que segue o “trio elétrico” do perdão incondicional. Há obras literárias
tais como A Arte de Perdoar (1996) por Lewis Smedes, professor emérito de
teologia e ética no Seminário Teológico Fuller, e A Importância do Perdão (1997) por John Arnot de Toronto Airport
Church, e A Escolha de Perdoar – Livro de
Tarefas de Frank Minirth e Les Carter, A
Nova Liberdade do Perdão (2000) de David Augsburger, Perdão Total (2002) por R.
T. Kendall e Escolhendo o Perdão
(2006) por Hancy Leigh DeMoss.
O movimento de perdão
terapêutico é todo posto sobre o Ego. É o perdão incondicional por
minha causa, para me
ajudar a sentir bem comigo
mesmo, para ter paz de espírito
pessoal, ter autoestima pessoal e integridade psicológica e mesmo para ganhar “bons
pontos de karma” e evitar “inibir a nossa própria força vital”.
Eu
sou ensinado não só a perdoar os outros incondicionalmente, mas também a me
perdoar e até mesmo a perdoar Deus. R.T. Kendall diz que uma vez que “Deus permite
que coisas ruins aconteçam... Ele nos permite sofrer quando não fizemos nada
que saibamos que possa justificar tais maus-tratos... Portanto, devemos
perdoá-lo - mas não porque ele é culpado, mas por permitir que o mal atinja
nossas vidas” (Perdão Total, p. 33).
Que blasfêmia, que tola
audácia, por um simples homem que pensa que ele pode perdoar Deus Todo-Poderoso!
Este é definitivamente o culto a um falso deus.
Como o amor incondicional,
o perdão incondicional não é bíblico. O perdão bíblico é baseado na confissão e
no arrependimento.
Isto
é verdade na vertical, entre o homem e Deus. O perdão de Deus não é
incondicional; exigia o pagamento de um preço excelente da parte de Deus (a
doação de Seu Filho na cruz) e obter o perdão de Deus requer arrependimento. Jesus disse duas vezes “Não, vos digo; antes, se
não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis” (Lucas 13.3, 5).
Há um arrependimento que é
necessário para o perdão eterno da justificação de uma vez por todas, e há
confissão e arrependimento diários necessários para a comunhão com Deus na vida
cristã. “Se confessarmos os
nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar
de toda a injustiça” (1 João 1.9).
Adão
e Eva não foram automaticamente e incondicionalmente perdoados quando pecaram.
Eles foram expulsos do Jardim do Éden e obrigados a viver em um mundo
amaldiçoado por Deus e depois morrer, pois a
morte é “o salário do pecado” (Romanos 6:23). Eles e seus filhos foram responsabilizados
a se arrepender e colocar sua fé na vinda do Salvador como profetizado na
promessa de que a semente da mulher (Cristo), representado pelo cordeiro de
Abel, feriria a cabeça da serpente (Gênesis 3.15). Dos dois primeiros filhos de
Adão, Caim e Abel, um acreditou e o outro não creu, e um foi justificado e o
outro não foi (Gênesis 4.7, Hebreus 11.4). Desde a queda,
o perdão de Deus tem sido baseado no arrependimento e na fé, e aqueles que
rejeitam o testemunho do Espírito de Deus e a Palavra de Deus nestes assuntos
são destinados ao castigo eterno.
Isto também é verdade com
o perdão, a nível horizontal, o perdão entre os homens. Temos de ser rápidos em
perdoar e devemos amar os nossos inimigos, mas isso não significa que devemos
perdoar incondicionalmente.
Como Jesus disse:
Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra
ti, repreende-o e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. E, se pecar contra ti sete
vezes no dia, e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me;
perdoa-lhe. (Lucas 17:3-4 ).
O
apóstolo Paulo não perdoou incondicionalmente Alexandre, o latoeiro (II Tim. 4.14)
ou os hereges da Galácia (Gal. 5.7-10). Ele não ensinou o perdão incondicional
para aqueles que pecam contra o testemunho de Cristo na igreja (I Coríntios 5).
O
perdão incondicional é não somente errado, ele é também doloroso. Como o Dr.
E.S. Williams escreve:
“Em nenhum lugar na Bíblia é dito ao Cristão que
perdoe incondicionalmente um incrédulo que peca contra ele. Fazê-lo é apenas um
gesto sem sentido; com que autoridade é que um cristão perdoa pecados? Isso só
leva a uma falsa visão do perdão, e o mundo vai ter a ideia de que os cristãos
praticam o perdão barato, como fazem os adeptos da Nova Era. Quando os cristãos
oferecem perdão incondicional a toda a gente estão fazendo uma paródia da Cruz
de Cristo... A incorreção moral do perdão incondicional é o que supostamente perdoaria pecados e delitos. O malfeitor não é responsabilizado
pelo seu pecado, mas na verdade é encorajado a acreditar que é uma questão de
luz interior” (Cristo ou
Terapia?, pp. 99, 100).
O amor incondicional e o perdão
incondicional são atributos de um falso deus e, não surpreendentemente, esse
deus é encontrado através de misticismo.
A
líder emergente Nanette Sawyer diz que ela encontrou esse deus através da
oração contemplativa. Ela disse que enquanto estava “sentada em meditação, em
uma técnica semelhante à que os ‘cristãos’ chamam de oração centralizada, eu
encontrei o amor que é incondicional, mas ele me chamou para uma ação
responsável em minha vida” (Um Manifesto
Emergente de Esperança, p. 44). Isso ocorreu depois que ela havia rejeitado
o cristianismo bíblico e o evangelho que ensina
que Jesus morreu pelos nossos pecados (p. 43).
Ela
disse que encontrou o amor e Jesus através da meditação,
mas este não é nem o Jesus da Bíblia nem é o amor de Deus, como descrito na
Bíblia.
É um outro deus, um outro
Jesus, um outro evangelho e um outro espírito (II Coríntios 11.4).
É o deus que é encontrado
através de misticismo.
Para todos
aqueles que desejam conhecer mais detalhadamente quão destrutiva e pagã é a
psicologia, como ela se infiltrou nas igrejas locais e como psicólogos
“cristãos” tem distorcido a mensagem do evangelho, recomendo a leitura do
livro: A Sedução do Cristianismo – Discernimento Espiritual nos Últimos Dias, de Dave
Hunt e T. A. MacMahon. Editora Chamada da Meia Noite. 1985. Porto Alegre - RS.
Traduzido e adaptado
de texto divulgado pelo The Way of Life
Literature, em 30 de Abril de 2014 e republicado em 15 de junho de 2021. Por David Cloud. Textos em
azul são acréscimos meus.
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