Os Padrões da Música na Igreja Local

 

Os Padrões da Música na Igreja Local






O texto abaixo, que apresenta os padrões para o uso de música na igreja local, foram resumidos, abreviados, traduzidos e adaptados de “Princípios Bíblicos de Música”, que é um dos capítulos do livro “O Ataque Satânico à Música Sacra”:

 

As igrejas precisam treinar tão bem as pessoas em música de modo que elas sejam capazes de testá-la segundo os padrões bíblicos. Elas devem ser capazes de discernir coisas como:

 

· rock suave – que transformam a música em algo tipo “balada romântica”, do tipo que se canta a um amante, mais que em um hino que exalta um DEUS Santo;

 

· estilo ‘honky-tonk’ – tipo música de piano em ritmo jazz, desorganizado, acordes desconexos e que exaltam mais o músico e suas capacidades de instrumento e/ou voz;

 

· ritmos de dança – mesmo que apenas o gingado leve, o balançar do corpo, o levantar das mãos ou levar as mãos ao coração com os olhos fechados;

 

· acordes usados no Gospel – músicas comerciais e da moda, muito usadas em redes sociais como instagram, tik tok e outros, que são impostas às igrejas com grande pressão;

 

· estilos vocais mundanos – imitar cantores famosos e seus estilos carnais, variações de voz como se estivesse em um show musical, exaltação do ego do músico, etc.

 

Não basta publicar uma lista de músicas inaceitáveis. Essas listas são úteis, mas qualquer lista ficará obsoleta em pouco tempo. Além disso, nenhuma lista é exaustiva.

 

A música deve ser sã na doutrina (Colossenses 3:16).

 

As palavras dos cânticos devem ser teologicamente corretas de acordo com o ensino da Bíblia. Grande parte da Música Cristã Contemporânea (Gospel) é inaceitável porque representa doutrina carismática ecumênica ou apresenta uma mensagem vaga que carece de clareza e força doutrinária. 

 

O povo de Deus deve avaliar cada canção e hino de acordo com o padrão absoluto da Palavra de Deus. Só porque uma música está em um bom hinário não significa que ela seja teologicamente correta. Só porque tem uma melodia agradável e as pessoas gostam não significa que seja aceitável.

 

Queremos mais do que apenas solidez teológica, queremos profundidade teológica. Queremos riqueza de verdade que edifique profunda e amplamente. É por isso que não queremos apenas uma dieta de canções revivalistas. Estes foram escritos para um fórum evangelístico de multidões mistas, como aqueles escritos por Ira Sankey para a cruzada de D.L. Moody, portanto, sem profundidade teológica. “As canções de Sankey eram simples e diretas, apelando ao coração e levando a uma decisão.” [1]

 

Alguns exemplos são:

 

·         “Conte-me a velha história”

·         “Nenhum Vale Escuro”

·         “Jogue No Mar a Corda da Boia” (termo marítimo),

·         “Palavras Maravilhosas de Vida”, 

·         “Preciso de Ti a Cada Hora”,

·          “A Fonte Purificadora”,

·         “Fé é a vitória” e

·         “Confiar em Jesus”.

 

O hinário “A Espada do Senhor, Canções e Hinos que Agitam a Alma” segue a tradição revivalista de Sankey.

 

Todos estes são bons hinos e têm o seu lugar, mas também há necessidade de hinos de maior profundidade espiritual e doutrinária para desafiar as pessoas e melhor educá-las e elevá-las a um nível mais elevado.

 

“A música piedosa é enriquecida com palavras e carregada de sã doutrina. A música piedosa empacota as doutrinas bíblicas em formato memorável” (Chris Starr).

 

 

A música deve enfatizar a “melodia” (Efésios 5:19).

 

A melodia é a parte mais simples da música. É a melodia básica. É a parte que pode ser cantada, cantarolada e assobiada.

 

Uma boa melodia reforça as palavras e ajuda o povo de Deus a lembrar as palavras e a se edificar com elas durante todos os seus dias.

 

Ao enfatizar a melodia, a Palavra de Deus está nos ensinando a manter a música simples para que ela não nos distraia da mensagem das palavras. Deve haver uma boa melodia cantável e o resto da música nunca deve sobrecarregar a melodia.

 

A música nunca deve se tornar tão complicada, excessivamente harmônica ou alta a ponto de abafar a melodia simples. Na música sacra, um arranjo musical simples é superior a um excessivamente complicado.

 

A música deve ser espiritual e não mundana em som (Romanos 12:2; Efésios 4:17-19; 5:19; Colossenses 3:16; Tiago 4:4; 1 Pedro 2:11; 1 Jo. 2:15-16).

 

“Espiritual” significa separado para Deus, diferente do mundo. Espiritual é aquilo que está sob o controle do Espírito de Deus, conforme explicado no versículo anterior a Efésios 5:19.

 

“Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração;”.

 

Espiritual é o oposto de carnal, sensual. I Cor. 3;11:

 

“E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo..”

 

Espiritual é o oposto das obras infrutíferas das trevas mencionadas em Efésios 5:11:

 

“E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as.”

 

Espiritual é o oposto do mundanismo.

 

Paulo está dizendo que o povo de Deus deve cantar canções que sejam santas, que sejam sagradas, que sejam separadas para Deus, que não sejam carnais e sensuais, que sejam de qualidade diferente das canções do mundo, que sejam moralmente puras, que são de sabor celestial e não mundano.

 

A música da igreja não soará como a música pop do mundo e como a música que o mundo usa para dançar, beber e festejar. A música de um Deus santo não deveria conter nenhum aspecto dos costumes sensuais do mundo.

 

Alguns estilos de música que evitamos propositalmente são:

 

· a síncope de dança (o ritmo que sugere e estimula dança e gingado do corpo, por exemplo, a batida de fundo, a antecipação da batida, a quebra do ritmo com a sequência das batidas do coração que elevam a adrenalina e causam agittação);

 

· estilos honky-tonk (jazz, ragtime, boogie woogie, etc., que são populares no Gospel Sulista e nas músicas evangélicas comerciais);

 

· estilos vocais sensuais (por exemplo, escavação, deslizamento, gemidos, soprosidade, fricção vocal – muitas vezes o sussurrar como um amante falando ao ouvido do outro e às vezes elevações estridentes que enfatizam a capacidade de quem canta);

 

· estilos suaves e excessivamente emocionais, românticos, que são criados pelo uso incorreto de acordes (por exemplo, cadências de acordes não resolvidas).

 

· o “som suave” que enfraquece o poder, o dinamismo, a majestade, a convicção espiritual e o militarismo da música sacra.

 

Evitamos o uso de:

 

·  bateria;

·   guitarra elétrica;

·   contrabaixo elétrico;

· qualquer instrumentos de marcação de ritmo (atabaques, batuques, baterias elétricas, marcação eletrônica de teclados eletrônicos, etc;

 

Qual a razão de os evitarmos? Simplesmente porque elas são totalmente identificadas com o rock e são facilmente utilizadas no estilo da música pop.

 

Observações:

 

a.   Observe uma exceção no uso de percussão na seção de tímpanos de uma orquestra.

 

b.   Perceba que o rock pode ser tocado facilmente em um piano ou violão – basta adicionar a marcação ritmada, reforçando-o na forma de tocar.[2]

 

 

A música deve edificar (1 Co. 14:26).

 

“Edificar” significa edificar na fé, por meio de ouvir e compreender a verdade da Palavra de Deus.

 

Todas as coisas sendo feitas para edificação significa que a música sacra deve enfatizar a mensagem. A mensagem deve ser clara para que fale à mente e ao coração das pessoas e assim edifique. Não se deve permitir que nada possa desvirtuar isto. Os instrumentos musicais podem ser muito altos e abafar a mensagem. As vozes da congregação e a letra devem ser ouvidas e compreendidas mais que o som dos instrumentos usados. A música também pode ser tão complexa que atrapalha a mensagem. Se as harmonias, por exemplo, são tão complexas que a mensagem não fica clara, essa não é uma boa música sacra.

 

Todas as coisas sendo feitas para edificação significa que não há lugar para entretenimento na música sacra. Queremos evitar propositalmente e enfaticamente qualquer coisa que fale de entretenimento. É por isso que não aplaudimos músicas em apresentações especiais na igreja local. É por isso que não utilizamos técnicas vocais sensuais que chamem a atenção para o cantor (escavação, deslizamento, soprosidade, fritura vocal, sussurro, altura excessiva). É por isso que não usamos câmeras de vídeo para destacar os cantores e músicos e destacá-los nas telas de vídeo. Essas coisas são a forma de apresentação e entretenimento, não a forma de adoração verdadeira. É uma distração carnal.

 

Todas as coisas sendo feitas para edificação significa que cada música deve ser selecionada por causa de sua mensagem. Se a mensagem for teologicamente errada (por exemplo, “Vencendo Vem Jesus", 112 Cantor Cristão) ou fraca (por exemplo, “Vamos à Igreja”, 382 Cantor Cristão), não há edificação.

 

A música não deve produzir uma experiência mística de estilo carismático (“seja sóbrio”, 1 Pedro 1:13; 5:8).

 

A música de adoração contemporânea (gospel) é projetada para criar uma experiência emocional, uma experiência sensual, em oposição a um estilo de música sacra que edifica através da compreensão. Para esse fim, os músicos contemporâneos utilizam música com ritmos de dança sensuais, cadências de acordes sem resolução, repetição, modulação eletrônica e outros elementos para que as pessoas se deixem levar emocionalmente.

 

Rejeitamos qualquer música sacra que seja projetada para criar um estado altamente emocional ou que produza qualquer tipo de efeito hipnótico.

 

A música não deve tomar emprestado e, assim, construir pontes para o mundo da música cristã contemporânea – música ‘gospel’, neoevangélica (Romanos 16:17-18; 1 Co. 10:21; 15:33; 2 Co. 6:14-18; Efésios 5: 11; 2Tm 3:5; Ap 18:4).

 

A música cristã contemporânea (gospel) é um elemento importante na construção da igreja apóstata mundial e representa este mundo com todos os seus perigos doutrinários, espirituais e morais.

 

Antigamente, o povo de Deus não corria muito perigo de ser influenciado pelos autores de canções e hinos. Mas a Internet mudou isso dramaticamente. Agora, se uma canção é cantada numa igreja, as pessoas podem entrar na Internet e encontrar o autor e comunicar-se intimamente com ele ou ela, com os seus associados e com o seu “mundo”.[3]

 

Rejeitamos qualquer música escrita por músicos contemporâneos – do meio gospel, neoevangélico, para evitar construir pontes com estas pessoas e com os seus associados e com o perigoso mundo ecuménico que representam.

 

 

A música deve almejar a excelência (Filipenses 1:10; 1 Co. 10:31).

 

 

Tudo na música da igreja deve ser feito de propósito, com sabedoria bíblica e espiritual, sempre visando o melhor, o mais elevado, nunca satisfeito com a mediocridade, progredindo na excelência. Isto não é para a glória do homem, mas para a glória de Deus.

 

Devemos visar a excelência nos padrões para cantores e músicos, na seleção de cada música e hino, na condução de todos os aspectos do serviço musical e na qualidade do canto e da execução.

 

A música deve ser inquestionavelmente correta e segura (1 Tessalonicenses 5:21-22).

 

Apegar-se apenas ao que é bom, evitando até mesmo a aparência do mal, é o padrão mais elevado possível para a música. O padrão não é apenas o mínimo, nem mediocridade, nem limítrofe, nem questionável de forma alguma.

 

Esta é uma das razões pelas quais evitamos o uso de bateria, contrabaixos e guitarra elétrica. Mesmo que estejam acostumados a tocar o tipo certo de som, eles estão intimamente identificados com o rock, e queremos evitar toda essa identidade.

 

Este é o nosso padrão musical fundamental. Se uma música ou hino for questionável, queremos e devemos evitá-lo. Se não tivermos certeza se é certo, correto e saudável, queremos evitá-lo. Há uma riqueza de música inquestionavelmente sólida, doutrinariamente correta, espiritual, não mundana e não carismática. Evitar uma música questionável nunca prejudica uma igreja, mas usar música questionável pode definitivamente trazer danos.

 

Isto requer testes constantes da música da igreja.

 

Este é o padrão de sabedoria e segurança.

 

A música deve evitar o ‘incrementalismo’ (1 Co. 5:6; Gálatas 5:9).

 

Quando se trata de música na igreja, pouco pode ser muito. A música errada geralmente entra na igreja gradualmente, não da noite para o dia. Uma maneira de entrar é através de especiais, apresentações de teatro, coros e ministérios de jovens, juvenis ou infantis. Quando isto acontece, a igreja está condenada a continuar a afastar-se do espiritual e a aproximar-se do contemporâneo, a menos que haja um movimento dramático para parar a progressão, o que raramente acontece.

 

A música deve ser supervisionada pelos pastores (At. 20:28; Hb 13:17; 1Pe. 5:2).

 

Os pastores deverão supervisionar eles próprios de perto e dedicadamente, a música e/ou nomearão as pessoas certas para serem responsáveis pela música da igreja. Eles devem passar ao crivo espiritual e bíblico todas as músicas que desejarem levar apresentações especiais na igreja local.

 

 

 

 

Fonte: The Way Of Life Literature, 24 de outubro de 2023 (publicado pela primeira vez em 10 de junho de 2020). David Cloud, , P.O. Caixa 610368, Port Huron, MI 48061. 866-295-4143, fbns@wayoflife.org. https://www.wayoflife.org/reports/standards_of_church_music.php

Traduzido e adaptado em outubro de 2023. Revisão 01.

 

Notas do tradutor:



[1] (a) Alguns dos hinos de Sankey estão no Cantor Cristão e seguem a metodologia de apelo à decisão das antigas cruzadas evangelísticas de D. L Moody. Alguns exemplos são: 212 – Oh, vinde já, 231 – Vem, filho, vem!, 233 – Por que não já?, 240 – Vem a Cristo, 256 – Inda há lugar, 270 – Resolução, 313 – Proteção Divina, 434 – Sempre firme, 348 – Confiando, 452 – Decisão, entre outros; (b) Como escreveu o autor do livro, são bons hinos que tem hora e lugar de serem cantados, mas nós carecemos nas igrejas locais de maior profundidade espiritual; (c) Não é salutar ser extremado e rejeitar por completo o cantor cristão, mas sermos sábios e bem instruídos, corrigindo algumas falhas, às vezes palavras ou frases mal traduzidas ou aplicadas, procurando conhecendo o lugar na história desses hinos e tendo bons e estudiosos pastores que possam explicar cada necessidade de melhoria e embasamento teológico à congregação bem instruída.

 

[2] A posição extremada de afirmar que é pecado utilizar instrumentos musicais na igreja local não é bíblica e deve ser veemente rejeitada. O uso de instrumentos era parte efetiva das Sagradas Escrituras no Velho Testamento e foi inserida na realidade da igreja no primeiro século, indubitavelmente. O que as igrejas devem fazer é ter pessoas comprometidas em estudar a forma correta na construção da música bíblica, a forma de tocá-la, os instrumentos adequados e as pessoas com capacidade e perfil de consagração e santificação para serem usadas na música eclesiástica. Afirmar que se deve banir instrumentos é desculpa de quem não quer ter trabalho nem se dedicar em estudar a música em sua construção e utilização santa. Leia: Igreja Batista Fiel, Bataguassu - MS: As Igrejas Locais Podem Usar Instrumentos Musicais? (igrejabatistafielbataguassu.blogspot.com)

 

[3] Aspectos que são extremamente importantes no cuidado com a música na igreja local: (a) dar atenção a que tipo de música o membro da igreja faz uso em sua vida particular, pois o que ouve o crente em casa ele desejará ouvir na igreja; (b) membros que não aceitam a santidade da música e fazem uso de música gospel, ritmada, mundana, sensual, comercial em suas vidas pessoais devem ser passíveis de disciplina caso se recusem a crescer em entendimento espiritual, pois podem vir a ser uma pedra de tropeço para toda uma congregação, principalmente se forem líderes em suas igrejas locais; (c) músicos devem ter uma vida de consagração, pois é importante o QUE se toca na igreja – que tipos de instrumentos , COMO se tocam estes instrumentos – construção musical correta e bíblica e QUEM toca na igreja – a vida do músico deve ser um exemplo. Músicos que tocam hinos na igreja, mas que participam de shows de calouros, apresentação mundanas, festivais seculares e etc., usando seu talento, tempo e dedicação em executar peças musicais estilo rock’n roll não estão aptos a exercerem o ofício de músicos na igreja local e devem, inclusive, ser questionados perante a igreja local a respeito de suas atividades, pois são passíveis de disciplina eclesiástica; (d) é importante que a igreja local que deseja se manter fiel ao Senhor se separe de congregações que não tem esse cuidado na santificação da música.


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