O Perigo Sempre Presente da Neo-Ortodoxia, por David Cloud

 

O Perigo Sempre

Presente da Neo-Ortodoxia

Por David Cloud

10 de setembro de 2024

 


A neo-ortodoxia, que foi inventada no século XX, deveria ser chamada de neoliberalismo porque não é ortodoxa ou doutrinariamente sólida. A neo-ortodoxia não é amiga da verdade. É apenas sutil e enganosa e menos direta em sua descrença do que o antigo liberalismo.

 

A neo-ortodoxia é conhecida como teologia de “crise” ou “dialética” na Europa.

 

Alguns dos pais e influenciadores da neo-ortodoxia são Karl Barth (1886-1968), Emil Brunner (1889-1965), Dietrich Bonhoeffer (1906-1945) e Reinhold Niebuhr (1893-1971).

 

AS HERESIAS DA NEO-ORTODOXIA

 

A neo-ortodoxia geralmente aceita muitas heresias do antigo liberalismo, como estas:

 

·         a Bíblia contém erros históricos e científicos;

·         o relato de Gênesis sobre a criação e a queda não é literal;

·         Moisés não escreveu o Pentateuco, mas ele foi escrito centenas de anos depois, durante o tempo dos reis;

·         o profeta Isaías não escreveu o livro de Isaías;

·         Daniel não foi escrito pelo profeta Daniel;

·         não houve um dilúvio global, etc.

 

 J. Sidlow Baxter observou:

 

“Minha própria leitura me convence de que os líderes da ‘Neo-Ortodoxia’ assumem, falando de modo geral, os resultados da mais radical ‘Alta Crítica’. Os Altos Críticos argumentam. Os Neo-Ortodoxos assumem. Os primeiros atacaram os fatos históricos da fé cristã; os últimos agora os ignoram como não sendo vitalmente necessários à fé cristã. ... a atitude interior da mente em relação à Bíblia e aos fatos históricos do cristianismo e ao milagroso é praticamente a mesma do antigo Modernismo.” (Baxter, Explore the Book).

 

De acordo com a neo-ortodoxia, a Bíblia só se torna a Palavra de Deus quando é experimentada pelo ouvinte.

 

Karl Barth afirmou:

 

“A Bíblia é a Palavra de Deus na medida em que Deus faz com que ela seja Sua Palavra, na medida em que Ele fala através dela.” (Church Dogmatics, Vol. 1, 1, p. 109).

 

O teólogo neo-ortodoxo Donald Bloesch afirma:

 

“...a Bíblia é o meio divinamente preparado ou canal da revelação divina ao invés da revelação em si” (Holy Scripture: Revelation, Inspiration & Interpretation, p. 18).

 

Bloesch concorda com o místico católico Bernard de Clairvaux que diz que:

 

“...a Palavra de Deus não é primariamente um livro de verdades e princípios gerais, mas uma energia transformadora que traz luz à mente e poder à vontade.” (Holy Scripture, pp. 21, 22).

 

A neo-ortodoxia enfatiza que Jesus é conhecido mais por um encontro místico do que pela Bíblia.

 

“A verdade não é um livro... ou um credo... A verdade é uma pessoa. E Jesus é o Seu nome. O cristianismo, portanto, não é fundamentalmente sobre seguir um livro.” (Frank Viola e Leonard Sweet, Jesus Manifesto, 2010, p. 137).

 

Este livro foi recomendado por Ed Stetzer, que era chefe do departamento de pesquisa da empresa LifeWay da Southern Baptist Convention.

 

Essa visão é herética, pois é impossível conhecer Jesus à parte da revelação d’Ele nas Escrituras. Somos avisados sobre falsos cristos (2 Cor. 11:4), e as Escrituras são a única maneira de discernir o verdadeiro do falso. Uma visão adequada de Jesus requer uma revelação infalível Dele nas Escrituras.

 

A neo-ortodoxia afirma que a linguagem humana é incapaz de comunicar uma verdade absoluta, imutável, eterna e inerrante.

 

Considere Eugene Nida, que teve uma grande influência na tradução da Bíblia em todo o mundo por seu trabalho com a Sociedade Bíblica Americana e as Sociedades Bíblicas Unidas de 1943 a 1980. Ele escreveu livros influentes e conversou com dezenas de tradutores sobre problemas linguísticos envolvendo mais de 200 idiomas diferentes.

 

“... A revelação de Deus envolveu limitações. ... A revelação bíblica não é absoluta e toda revelação divina é essencialmente encarnacionista. ... As palavras são, em certo sentido, nada em si mesmas. ... A palavra é vazia, a menos que esteja relacionada à experiência” (Nida, Message and Mission, Nova York: Harper & Row, 1960, pp. 222-226).

 

Isto é neo-ortodoxia. O salmista não se apegou às teorias de Nida sobre as palavras das Escrituras. Ele disse:

 

“As palavras do SENHOR são palavras puras, como prata refinada em fornalha de barro, purificada sete vezes.” (Salmo 12:6, ACF).

 

Em toda a Escritura, são as próprias palavras que são ditas importantes, não apenas o significado básico. Três vezes somos informados de que “o homem não viverá somente de pão, mas de TUDO (na King James Bible “by every word”, ou seja, de cada palavra) que sai da boca do SENHOR viverá o homem.” (Deut. 8:3; Mat. 4:4; Luc. 4:4). As palavras da Bíblia são algo em si mesmas, independentemente de estarem relacionadas a qualquer outra coisa. As palavras da Bíblia são intrinsecamente as palavras eternas de Deus.

 

O erro fundamental de Nida foi a rejeição da doutrina fundamental da inspiração verbal e plenária:

 

“As línguas da Bíblia estão sujeitas às mesmas limitações de qualquer outra língua natural” (Nida, Theory and Practice, p. 7).

 

A ideia de que a linguagem humana é incapaz de comunicar a infalível Palavra de Deus é contrária ao que a própria Escritura ensina. Deus criou a linguagem do homem com o propósito da revelação divina. Os profetas alegaram falar a Palavra de Deus nas palavras de Deus. Paulo descreveu isso na bela passagem de 1 Coríntios 2:7-13. Aqui temos alguns ensinamentos fundamentais sobre a Escritura do apóstolo de Jesus Cristo:

(1) A Escritura é “a sabedoria de Deus”.

(2) A Escritura comunica “as profundezas de Deus”.

(3) A Escritura é o produto do “Espírito de Deus”.

(4) A Escritura é dada “nas palavras ... que o Espírito Santo ensina”.

 

A inspiração é verbal, não geral.

 

O PERIGO DA NEO-ORTODOXIA

 

A neo-ortodoxia é muito perigosa.

 

É sutil. Ele esconde sua descrença sob linguagem obscura e termos bíblicos que recebem um significado herético (por exemplo, falando da “ressurreição corpórea” de Cristo ou da “segunda vinda” ou “a inspiração das Escrituras”, mas não acreditando nessas doutrinas em um sentido bíblico).

 

A neo-ortodoxia também esconde sua descrença por contradições. Isso engana os crédulos. Por exemplo, o teólogo “evangélico” Donald Bloesch parece, às vezes, ser sólido em sua visão da inspiração divina da Bíblia. Ele critica o liberalismo e até mesmo critica a neo-ortodoxia. Ele elogia credos ortodoxos como a Confissão de Fé de Westminster que afirma:

 

“O Antigo Testamento em hebraico (que era a língua nativa do povo de Deus da antiguidade), e o Novo Testamento em grego (que, na época em que foi escrito, era mais conhecido pelas nações), sendo imediatamente inspirados por Deus e, por Seu cuidado e providência singulares, mantidos puros em todas as eras, são, portanto, autênticos.”

 

A Confissão de Westminster chama a Escritura de “a Palavra de Deus” e “verdade infalível”. Mas Bloesch não acredita nisso. Ele diz:

 

 

“A Palavra de Deus não pode ser congelada nas páginas das Escrituras” (Holy Scripture: Revelation, Inspiration & Interpretation, p. 67).

 

Ele diz que as Escrituras contêm erros. Ele diz:

 

“[N]ós precisamos reconhecer que nem tudo relatado na Bíblia pode estar em exata correspondência com fatos históricos e científicos como os conhecemos hoje” (Holy Scripture, p. 37).

 

Ele diz que nem todo texto das Escrituras:

 

“...pode ser mostrado para coincidir exatamente com a história objetiva.” (Holy Scripture, p. 112).

 

Isso revela o grande perigo da neo-ortodoxia. Um crítico da obra de Bloesch adverte:

 

“Embora o Dr. Bloesch expresse um amor por Cristo e sua Palavra escrita, e embora parte do que ele diz seja verdadeiro para a fé histórica reformada, sua visão da Escritura é falsa. Se alguém levar a visão do autor de ‘um meio caminho’ da Palavra de Deus, que parece ao presente escritor ser virtualmente neo-ortodoxa, à sua conclusão lógica, ele se verá atolado em ceticismo.” (W. Gary Crampton, The Neo-orthodoxy of Donald Bloesch, trinityfoundation.org).

 

O mesmo pode ser dito da neo-ortodoxia como um todo.

 

É muito perigoso.

 

KARL BARTH

 

“Aqueles que ... assumem que Barth desenvolveu uma visão válida da Bíblia, Deus, Cristo Jesus, a ressurreição, a verdade ou a salvação estarão em uma triste ilusão se forem honestos consigo mesmos. Ele começou sua carreira com seu [comentário sobre] Romanos e concluiu sua carreira acadêmica com suas palestras que foram publicadas mais tarde com o título “Evangelical Theology: An Introduction” (Teologia Evangélica: Uma Introdução). Nestes volumes, e em todos os volumes no ínterim, sua abordagem das Escrituras é a mesma; uma rejeição delas como a Palavra de Deus.” (Raymond Waugh, Baffling Karl Barth's Neo-Orthodoxy, A Desconcertante Neo-Ortodoxia de Karl Barth).

 

Considere algumas citações de Barth:

 

“A PALAVRA [DAS ESCRITURAS] QUE ENTRA NOS OUVIDOS HUMANOS E É PROFERIDA PELOS LÁBIOS HUMANOS, É A PALAVRA DE DEUS – SOMENTE QUANDO O MILAGRE ACONTECE. CASO CONTRÁRIO, É APENAS UMA PALAVRA HUMANA COMO QUALQUER OUTRA. ... O que está ali, nas páginas da Bíblia, é o testemunho da Palavra de Deus” (Barth, Romanos).

 

“Os profetas e apóstolos como tais, mesmo em seu ofício ... eram ... na verdade culpados de ERRO EM SUA PALAVRA FALADA E ESCRITA.” (Barth, Church Dogmatics).

 

“A suposição de que Jesus é o Cristo (1.4) é, no sentido mais estrito da palavra, uma suposição, vazia de qualquer conteúdo que possa ser compreendido por nós.” (Barth, Romanos, p. 36).

 

 

“ESTE TÚMULO PODE SER DEFINITIVAMENTE FECHADO OU UM TÚMULO VAZIO: É REALMENTE UMA QUESTÃO DE INDIFERENÇA” (Barth, A Ressurreição dos Mortos, p. 135).

 

Barth foi considerado para cargos nas faculdades das escolas de Halle e Freiifswald, mas:

 

“...sua negação do nascimento virginal em particular lhe custou duas vezes uma cátedra.” (Eberhard Busch, Karl Barth: His Life from Letters and Autobiographical Texts, Karl Barth: Sua vida a partir de cartas e textos autobiográficos, p. 10)

 

Em um almoço em Washington DC, em 25 de maio de 1960, Barth foi questionado pelo editor do Christianity Today, Carl Henry, se o nascimento virginal e a ressurreição de Cristo foram eventos que ocorreram em um sentido histórico normal. Barth ficou “visivelmente irritado” com essa linha de questionamento. Barth respondeu ironicamente:

 

“Você disse Christianity Today (cristianismo hoje) ou Christianity Yesterday (cristianismo ontem)?”

 

Ele disse ainda que,

 

“...a ressurreição de Jesus teve significado apenas para Seus discípulos”,

 

sugerindo que não tinha significado para o mundo. O editor religioso da United Press International, Louis Cassels, disse ao sair:

 

“Recebemos a resposta de Barth; foi ‘Nein’ [palavra alemã para ‘não’].” (Gordon H. Clark, Historiography-Secular and Religious, 1972).

 

Embora Barth tenha escrito um comentário sobre Romanos, ele era um filósofo e não um professor da Bíblia. Ele falava e escrevia de forma tão obscura que é difícil saber o que ele estava dizendo. Especialistas barthianos discordam entre si quanto à interpretação de sua teologia. É essa mesma obscuridade que atrai aqueles que se imaginam intelectuais e acadêmicos. Considere este trecho dos escritos de Barth:

 

“Se você perguntar sobre Deus e se eu realmente devo falar sobre ele, dialética é tudo o que se pode esperar de mim. ... Nem minha afirmação nem minha negação reivindicam ser a verdade de Deus. Nenhuma delas é mais do que uma testemunha daquela verdade que está no centro, entre cada Sim e Não. E, portanto, eu nunca afirmei sem negar e nunca neguei sem afirmar, pois nem afirmação nem negação podem ser finais. Se meu testemunho da resposta final que você está buscando não o satisfaz, lamento. Pode ser que meu testemunho dela ainda não esteja suficientemente claro, isto é, que eu não tenha limitado o Sim pelo Não e o Não pelo Sim incisivamente o suficiente para deixar de lado todo mal-entendido — incisivamente o suficiente para deixar você ver que nada resta exceto aquilo do qual o Sim e o Não, e o Não e o Sim, dependem. Mas também pode ser que sua recusa à minha resposta decorra do fato de você não ter realmente feito sua pergunta, de não ter perguntado sobre Deus — pois, de outra forma, nos entenderíamos” (Karl Barth, The Word of God and the Word of Man, A Palavra de Deus e a Palavra do Homem, Pilgrim Press, p. 209).

 

Este é Barth, o “gigante entre os teólogos”. Você diz, eu não entendo este homem. Nem ninguém mais, se eles fossem honestos. A Bíblia, por outro lado, vem a nós com um discurso claro. O apóstolo Paulo alertou os coríntios inchados em sua soberba que é o diabo que complica a simplicidade da verdade bíblica.

 

“Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” (2 Cor. 11:3, ACF).

 

Paulo advertiu:

 

“Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo;” (Col. 2:8).

 

Barthianismo é filosofia humana, em vez de cristianismo que acredita na Bíblia. É heresia grosseira.

 

Cuidado com os Barths deste mundo E com aqueles que falam bem deles.

 

O adultério de Barth:

 

“Em 1924, Georg Merz apresentou Charlotte von Kirschbaum a Barth [ela era 13 anos mais nova que ele]; ela logo se tornou uma assistente leal e se juntou à sua casa em 1929. ... Em setembro de 1925, Barth ficou outra vez no Bergli (um chalé remoto). Desta vez, ele conheceu Charlotte (apelidada ‘Lollo’) von Kirschbaum mais de perto. ... Muitas pessoas, até mesmo bons amigos, e não menos importante sua mãe, se ofenderam com a presença de ‘Lollo’ na vida de Barth, e mais tarde até mesmo em sua casa. Não há dúvida de que a intimidade de seu relacionamento com ele exigiu muito da paciência de sua esposa Nelly. Agora ela teve que se retirar para os bastidores. Mesmo assim, ela não abandonou o marido. ... No entanto, era muito difícil para os três viverem juntos. ... O resultado foi que eles carregaram um fardo que lhes causou um sofrimento indizivelmente profundo. Surgiram tensões que os abalaram profundamente. Evitar isso, pelo menos até certo ponto, foi uma das razões pelas quais, no futuro, Barth e Charlotte von Kirschbaum se mudariam regularmente para Bergli durante as férias de verão.” (pp. 158, 164, 185-86).

 

DIETRICH BONHOEFFER

 

Como outros teólogos neo-ortodoxos, os escritos de Bonhoeffer são obtusos e frequentemente contraditórios. Ele não falou com a voz clara da verdade. Por essa razão, ele pode às vezes ser citado em ambos os lados de questões teológicas, mas qualquer homem que fale com tal falta de clareza sobre as questões fundamentais da fé deve ser evitado como um guia espiritual perigoso.

 

A lista a seguir de algumas das heresias de Bonhoeffer é do Fundamentalist Digest (Resumo Fundamentalista) de Don Jasmin:

 

1. Ele negou a inspiração verbal-plenária das Escrituras, acreditando que a Bíblia é apenas uma “testemunha” da Palavra de Deus e se torna a Palavra de Deus apenas quando “fala” a um indivíduo; caso contrário, era simplesmente a palavra do homem (Testimony to Freedom, Testemunho da Liberdade, pp. 9, 104; Sanctorum Communio – Comunhão dos Santos, p. 161).

 

2. Ele negou o Deus bíblico, acreditando que o conceito de Deus como um “Ser supremo, absoluto em poder e bondade” é uma "concepção espúria de transcendência" e que “Deus como uma hipótese de trabalho em moral, política e ciência ... deve ser abandonado ou, na medida do possível, eliminado.” (Letters and Papers from Prison – Cartas e Documentos da Prisão, edição da SCM Press, Grã-Bretanha: Fontana Books, 1953, pp. 122, 164, 360).

 

3. Ele pôs em dúvida o Nascimento Virginal (The Cost of Discipleship – O Custo do Discipulado, p. 215).

 

4. Ele negou a divindade de Cristo, defendendo que “Jesus Cristo Hoje” não é uma pessoa e ser real, mas uma “presença corporativa” (Testimony to Freedom – Testemunho da Liberdade, pp. 75-76; Christ the Center – Cristo o Centro, p. 58).

 

5. Ele negou a ausência de pecado da natureza humana de Cristo e pôs em dúvida ainda mais a ausência de pecado em Seu comportamento terreno (Christ the Center – Cristo o Centro, pp. 108-109).

 

6. Ele negou a ressurreição física de Cristo, acreditando que a ressurreição corporal está no “reino da ambiguidade” e que era um dos elementos “mitológicos” do cristianismo que “deve ser interpretado de tal forma que não torne a religião uma pré-condição da fé”. Ele também acreditava que coisas como milagres e a ascensão de Cristo são “concepções mitológicas” (Christ the Center – Cristo o Centro, p. 112; Letters and Papers from Prison – Cartas e Documentos da Prisão, edição SCM Press, Grã-Bretanha: Fontana Books, 1953, pp. 93-94, 110).

 

7. Ele acreditava que Cristo não é o único caminho para Deus (Testimony to Freedom – Testemunho da Liberdade, pp. 55-56).

 

8. Ele era um evolucionista (No Rusty Swords – Sem Espadas Enferrujadas, p. 143) e acreditava que o livro de Gênesis é cientificamente ingênuo e cheio de mitos (Creation and Fall: A Theological Interpretation of Genesis 1-3, Criação e Queda: Uma Interpretação Teológica de Gênesis 1-3).

 

9. Ele aderiu à teologia e terminologia neo-ortodoxas concernentes à salvação (Testimony to Freedom – Testemunho da Liberdade, p. 130), foi um sacramentalista (Life Together – Vida Juntos, p. 122; The Way to Freedom – Testemunho da Liberdade, pp. 115, 153), acreditava na regeneração batismo infantil (Letters and Papers from Prison – Cartas e Documentos da Prisão, Macmillan, pp. 142-143), bem como na regeneração batismal de adultos (The Way to Freedom – O  Caminho Para a Liberdade, p. 151), equiparou a membresia à igreja com a salvação (The Way to Freedom – O  Caminho Para a Liberdade, p. 93) e negou uma salvação pessoal e individual  (Letters and Papers from Prison – Cartas e Documentos da Prisão, Macmillan, p. 156).

 

O Dr. G. Archer Weniger declarou:

 

“Se há alimento saudável em uma lata de lixo, então pode-se encontrar algumas coisas boas em Bonhoeffer, mas se for perigoso esperar encontrar nutrição em uma lata de lixo, então Bonhoeffer deve ser totalmente rejeitado e repudiado como blasfêmia. É pior que lixo.” (FBF Information Bulletin, maio de 1977, p. 12).

 

Nota do Tradutor: Por possuir interesse particular em tudo que se refere à história da Segunda Guerra Mundial, uma paixão pessoal, sempre desejei conhecer a história de Bonhoeffer, mesmo por que muitos o consideraram um tipo de herói de guerra, opositor das formas de socialismo que explodiu na década de 30-40. Então tive a oportunidade de, neste presente ano, ler o livro considerado Bestseller e uma das mais completas biografias dele, intitulado “BONHOEFFER – Pastor, Mártir, Profeta, Espião” de autoria de Eric Metaxas, Editora Mundo Cristão, 2010. Quão grande foi minha decepção e tristeza ao reconhecê-lo como sendo tão somente mais um neo-ortodoxo enaltecido pelo cristianismo mundano. Sua formação dogmática e filosófica, seu apego à dialética, sua estranha epifania mística (não conversão) durante uma missa na Basílica de São Pedro no Vaticano, sua eclesiologia universalista, seu apego à mitologia grega, seu ecumenismo, sua religiosidade romanista e sua incredulidade e formato de alta-crítica me fazem concordar explícita e veementemente com a declaração do Dr Weniger. Bonhoeffer é lixo e deve ser rejeitado e repudiado pelos verdadeiros cristãos.

 

NEO-ORTODOXIA E EVANGELICALISMO

 

A neo-ortodoxia se espalhou amplamente dentro do evangelicalismo. Muitos teólogos e escritores evangélicos são neo-ortodoxos. Este é um dos perigos terríveis que estão presentes em todo lugar no evangelicalismo indeciso de hoje.

 

“Desde a década de 1960, muitos seminários e faculdades evangélicas, denominações e organizações foram infectadas pela névoa predominante da Neo-Ortodoxia. Muitos evangélicos sinceros, incluindo muitos pastores e professores, são neo-ortodoxos liberais em relação às Escrituras e nem sabem que há algo errado com sua visão. ... muitos seminários e faculdades evangélicas enviaram seus jovens acadêmicos brilhantes para universidades europeias para obter seus doutorados. Uma grande porcentagem desses jovens acadêmicos foi infectada com visões liberais e neo-ortodoxas da Bíblia; e então eles retornaram para suas escolas evangélicas para ensinar uma visão neo-ortodoxa da Bíblia (o que eles sinceramente acreditavam serem as visões ‘mais atualizadas e acadêmicas’) para seus alunos.” (Jay Grimstead, How the International Council on Biblical Inerrancy Began Como o Conselho Internacional sobre Inerrância Bíblica começou).

 

Em 11 de dezembro de 1995, o Christianity Today chamou Karl Barth de “o gigante dos teólogos deste século”. Em vez de rotular Barth como o herege que ele era, eles o elogiaram amplamente.

 

Em 2006, Mark Devine, um professor do Seminário Batista do Centro-Oeste da Convenção Batista do Sul, elogiou o neo-ortodoxo Deitrich Bonhoeffer em Bonhoeffer Speaks TodayBonhoeffer Fala Hoje. Foi vendido pela LifeWay Christian Stores e recebeu uma crítica positiva na Baptist Press (Imprensa Batista). Embora admitindo que Bonhoeffer não era “um evangélico”, Devine afirma que, uma vez que Bonhoeffer “acertou em muitas coisas”, ele, portanto, “pertence a toda a Igreja” e deveria ser ouvido.

 

Não poderíamos discordar mais fortemente. Ao negar o nascimento virginal de Cristo, os milagres, a ressurreição corpórea e a ascensão, Bonhoeffer adorou um falso Cristo e ensinou um falso evangelho. Ao negar a inspiração infalível da Sagrada Escritura, Bonhoeffer destruiu o próprio fundamento da fé. Ele era, de fato, um descrente, e essa descrença perverteu tudo o que ele fez e escreveu. Negar a inspiração infalível da Escritura somente é uma “heresia condenável”, o que significa que uma pessoa verdadeiramente salva não cometerá esse pecado. O Senhor Jesus Cristo citou todas as partes do Antigo Testamento e sustentou todo ele como divinamente inspirado e totalmente autoritário. Ele citou até mesmo passagens obscuras e difíceis e testificou que “a Escritura não pode ser anulada” (João 10:35), o que significa que o testemunho da Escritura é 100% verdadeiro.

 

Não devemos sentar aos pés dos hereges para ver o quanto podemos aprender com eles; devemos nos separar deles porque são espiritualmente perigosos.

 

“E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles. Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples.” (Romanos 16:17-18, ACF).

 

Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.” (1 Coríntios 15:33, ACF).

 

Ao rejeitar a separação bíblica, que é o meio divino de proteção espiritual, o evangelicalismo se abre para influências destrutivas. Embora a Convenção Batista do Sul alegue ter limpado seus seminários do liberalismo teológico, o fermento da descrença ainda está presente. Os escritos de descrentes como Kurt Aland, Bruce Metzger, Dietrich Bonhoeffer, Karl Barth e F.F. Bruce, para citar alguns, estão disponíveis sem qualquer aviso ou alerta nas livrarias dos seminários, são citados pelos professores e são usados nas salas de aula, e estão, assim, espalhando silenciosamente o fermento da incredulidade.

 

 

Fonte: The Ever-Present Danger of Neo-Orthodoxy. September 10, 2024. Way of Life Literature, P.O. Box 610368, Port Huron, MI 48061.866-295-4143, fbns@wayoflife.org. https://www.wayoflife.org/reports/ever-present-danger-of-neo-orthodoxy.php. Traduzido e adaptado em 13 de setembro de 2024. Revisão 01.

Um comentário:

Rogério disse...

Realmente esse tipo de ensinamento é um fermento da incredulidade dos que se dizem ser crentes

Bem vindos!