C.S. Lewis e Sua Negação da Expiação Pelo Sangue, por David Cloud

 

C.S. Lewis e Sua Negação

da Expiação Pelo Sangue  

  -Os sérios problemas doutrinários do famosos escritor que muitos crentes desconhecem, ou fazem questão de ignorar-




E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão. – Hebreus 9:22, ACF

 

C.S. Lewis (1898-1963) é amado com igual fervor por evangélicos conservadores, “cristãos” emergentes, católicos romanos, mórmons, adventistas, pentecostais, neopentecostais e até ateus, um fato que diz muito àqueles que têm ouvidos para ouvir.

 

Lewis Não Era Um Cristão Que Acreditava Na Bíblia

 

A sua autobiografia, “Surpreendido pela Alegria”, não tem nenhuma declaração do Evangelho e nenhuma experiência de novo nascimento. Ele tinha uma visão sacramental da salvação, dizendo que ela é “difundida até nós” pelo “batismo, crença e ... santa comunhão”.

 

Lewis Não Defendia A Inspiração Infalível Das Escrituras

 

Ele acreditava que Jonas e Jó não são livros históricos, chamando Jonas de “um conto” e Jó de “uma veia de humor tipicamente judaico”.

 

Ele negava a expiação substitutiva de cristo. Ele negou a criação literal de seis dias (chamando-a de "um conto folclórico hebraico"). Ele disse que “o homem é fisicamente descendente de animais” (The Problem of Pain, O Problema da Dor). Ele disse que o inferno é “um estado de espírito” (The Great Divorce, O Grande Divórcio).

 

Ele acreditava no purgatório e em orações pelos mortos. Confessava os seus pecados a um padre. Acreditava que era possível ser salvo sem acreditar em Cristo, e disse que “muitos dos bons pagãos que viveram muito antes do nascimento de Cristo” podem ter sido salvos (Mere Christianity, Mero Cristianismo).

 

Na popular série Crónicas de Nárnia, que influenciou inúmeras crianças, Lewis ensinou que aqueles que servem sinceramente o diabo (chamado Tash) estão na verdade servindo à Cristo (Aslan) e acabarão por ser aceitos por Deus.

 

Considere a negação de Lewis da “expiação substitutiva penal”, que é um fundamento da fé cristã. A Bíblia afirma claramente que Cristo derramou o Seu sangue e morreu para satisfazer a pena da santa Lei de Deus. Mas Lewis afirmou que não importa como se “define” a expiação e disse que ela não é uma parte essencial do cristianismo. Em Mere Christianity – Mero Cristianismo, ele fez a seguinte declaração:

 

“Pode se dizer que Cristo morreu pelos nossos pecados. Pode se dizer que o Pai nos perdoou porque Cristo fez por nós o que devíamos ter feito. Você pode dizer que fomos lavados no sangue do Cordeiro. Você pode dizer que Cristo derrotou a morte. Todas essas declarações são verdadeiras. SE ALGUMA DELAS NÃO LHE AGRADA, DEIXEM-NA DE LADO E PASSEM PARA A FÓRMULA QUE AGRADA. E, faça o que fizer, não comeces a discutir com outras pessoas porque elas usam uma fórmula diferente da sua”. (Mere Christianity, edição Harper SanFrancisco, 2001, p. 182).

 

Isto é uma heresia flagrante! Lewis afirmou erroneamente que não importa se uma pessoa acredita que está lavada no sangue de Cristo, que esta é uma mera “fórmula” que pode ser aceita ou rejeitada a bel-prazer do indivíduo. Ele disse que também é bom acreditar que “o Pai nos perdoou porque Cristo fez por nós o que deveríamos ter feito”. Esta é uma salvação sem derramamento de sangue através da vida de Cristo e não através da Sua Cruz, que, de acordo com a Bíblia, não é salvação alguma. O “sangue” é mencionado mais de 90 vezes no Novo Testamento, e isso não ocorre por acaso.

 

E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão. - Hebreus 9:22, ACF

 

Se Jesus tivesse vivido uma vida perfeita em nosso lugar e morrido uma morte sem sangue, nós jamais seríamos salvos.

 

Lewis afirmou:

 

“A crença cristã central é que a morte de Cristo, de alguma forma, nos colocou em ordem com Deus e nos deu um novo começo. Teorias sobre como isso aconteceu são outra questão. ...Quaisquer teorias que construímos sobre como a morte de Cristo causou tudo isso são, na minha opinião, bastante secundárias...” (Mere Christianity, HarperSanFrancisco edition, 2001, pp. 54, 55, 56).

 

Este é um ensino antibíblico. Deus revelou exatamente o que Cristo fez e o que significa a expiação. Não é uma questão de teorizar ou acreditar numa “fórmula” em detrimento de outra. A Bíblia diz que nossa salvação é uma questão de propiciação, um resgate, pelo qual nossos pecados foram lavados e purificados do pecado pela morte sangrenta de Cristo, que foi oferecida como um pagamento para satisfazer a santa Lei de Deus.

 

Lewis nunca menciona a Doutrina da Propiciação, mas a propiciação era uma parte necessária da nossa salvação e a propiciação foi feita pelo sangue.

 

Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; - Romanos 3:25, ACF

 

 

Propiciação significa satisfação; cobertura; o cumprimento de uma exigência. Refere-se à avaliação que Deus faz do sacrifício de Cristo. Deus está plenamente satisfeito com o que Jesus Cristo fez na cruz. A penalidade pela Sua lei quebrada foi totalmente satisfeita (Rm 3:24-25; 1 Jo 2:2; Hb 2:17; Is 5:11).

 

A palavra grega traduzida como “propiciação” em Rom. 3:25 também é traduzida como “propiciatório” em Heb. 9:5. O propiciatório cobria perfeitamente a lei que estava contida na arca da aliança (Êx 25:17, 21). Isso significa propiciação - Cristo satisfazendo as exigências da lei de Deus. O fato de que foi o sangue de Cristo que satisfez essa exigência e eliminou nossos pecados foi demonstrado no dia da expiação, quando o sangue foi aspergido sobre o propiciatório pelo sumo sacerdote (Lv 16:11-17).

 

Através do sangue de Cristo temos a redenção eterna.

 

Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. - Hebreus 9:12, ACF

 

Através do sangue de Cristo podemos entrar na presença de Deus.

Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, - Hebreus 10:19, ACF

 

Que temos, os que nasceram de novo, a redenção eterna e ousadia para entrar no santuário pelo sangue de Cristo, e somente pelo sangue, não é uma “teoria” ou uma “fórmula”; é a Palavra de Deus; é o próprio coração do evangelho; e se alguém não o recebe, não pode ser salvo.

 

D. Martin Lloyd-Jones advertiu sobre C.S. Lewis: tinha uma visão defeituosa da salvação e era um oponente da visão substitutiva e penal da expiação:

 

“C. S. Lewis tinha uma visão defeituosa da salvação e era um oponente da visão substitutiva e penal da expiação”. (Christianity Today, 20 de dezembro de 1963)

 

Fonte: David Cloud, Way of Life Literature, P.O. Box 610368, Port Huron, MI 48061. 866-295-4143, fbns@wayoflife.org. 28 de fevereiro de 2024. Traduzido e adaptado em 29 de fevereiro de 2024. Revisão 00.

 

 

Mas todas estas coisas se manifestam, sendo condenadas pela luz, porque a luz tudo manifesta. Por isso diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá. Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, Remindo o tempo; porquanto os dias são maus. – Efésios 5:13-16, ACF

 

 

NOTA DO TRADUTOR:

Em um sermão que o Dr. Lloyd-Jones proferiu logo após a morte de C.S. Lewis, sobre Romanos 10:9-10, Dr. ML-J compara o ensino de Lewis a um tipo seco de intelectualismo que não envolve o coração, comparando-o especificamente ao Sandemanianismo, uma doutrina ensinada primeiramente por um pastor chamado John Glas (1695-1773) de Igreja de Escócia, e depois popularizada por seu genro Robert Sandeman (1718-1771). O ensinamento principal desta heresia era o seguinte: aceitar o que a Bíblia diz sobre Cristo com sua mente é tudo que é necessário, um assentimento intelectual sem que haja necessidade de uma regeneração, por meio de arrependimento, conversão e novo nascimento por meio de uma fé pessoal em Cristo como propiciação pelos pecados (natureza e obras) que vem pela graça de Deus e não por obras (Ef. 2:8-9). Uma heresia derivado e muito próxima disso é a chamada “Quick Prayerism” (Oração Rapidinha), difundida por Jack Hyles.



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